Wednesday, 30 June 2010

Provedores garantem não ter sistemas de invasão da privacidade

Representantes dos provedores de internet Oi, Terra e UOL garantiram em debate nesta terça-feira, 29, no Senado, que não dispõem de sistemas de rastreamento capazes de invadir a privacidade dos usuários da rede. No entanto, senadores e especialistas do Ministério da Justiça, do Ministério Público do Consumidor e da Unesco colocam em dúvida a afirmação e alertam sobre modernas ferramentas que poderiam ter o poder de invadir a privacidade dos internautas.


O assunto foi discutido nesta terça-feira, 29, em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. O objetivo do debate foi discutir o uso de programa da empresa inglesa Phorm, criado para detectar as preferências de quem navega na rede e enviar publicidade dirigida.

Os senadores questionaram os convidados sobre o risco de o programa invadir a privacidade dos usuários, configurando-se em desrespeito à Constituição, que garante a inviolabilidade da intimidade e do sigilo das comunicações.


Segundo o consultor da Phorm e representante da Oi, Caio Túlio Costa, a tecnologia da empresa inglesa não armazena dados que possibilitem a identificação do usuário, apenas atribui um número ao internauta, que é identificado pela sua preferência de navegação.

Costa afirmou ainda que o internauta precisa consentir em participar do programa, ativando uma ferramenta específica de "aceite", na página. "Temos um compromisso público de proteger a privacidade na rede", disse Costa.


O diretor de desenvolvimento tecnológico e estratégico da Oi, Pedro Ripper, garantiu que nenhum dado pessoal do cliente é usado. Para evitar dúvidas sobre o assunto, ele sugeriu a criação de um grupo para auditar sistematicamente as novas tecnologias de comunicação que estão surgindo.


Com discurso semelhante, o diretor de projetos globais e inovações do portal Terra, Thiago Ramazzini, afirmou que, na parceria firmada com a Phorm, a empresa não entregou qualquer tipo de dado interno ou confidencial de seus clientes. Já a representante do UOL, Carol Elizabeth Conway, explicou que a empresa, por não ser provedora, apenas recebe a publicidade da Phorm.

Para ela, não há necessidade de alterar a legislação brasileira para garantir mais proteção ao consumidor, pois "a Constituição já prevê o respeito à privacidade dos usuários".


Críticas


Com opinião contrária, a coordenadora geral de Supervisão e Controle do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, Laura Schertel Mendes, considera que sempre é possível avançar na legislação, para melhor proteger a privacidade do consumidor.


Devido à relevância do tema e as dúvidas quanto ao programa da Phorm e a parceria com a Oi, Laura anunciou que o DPDC abriu processo administrativo para investigar os limites do monitoramento da nova ferramenta sobre a navegação na internet.

"Se o indivíduo não puder sequer controlar suas próprias informações, trata-se de um tema de democracia, em última instância", alertou a coordenadora.


O consultor da Unesco e especialista em proteção de dados, Danilo Doneda, chegou a sugerir a criação de uma lei específica de proteção de dados pessoais, para que o Brasil não corra o risco de se tornar "um país digital de segunda categoria".

Para o vice-presidente da Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor, José Augusto Perez, é preciso saber se o país está "diante de uma nova tecnologia revolucionária para o mercado e para seus patrocinadores e usuários ou diante de mais um crime de colarinho branco sob o manto da tecnologia".

As informações são da Agência Senado.

Monday, 28 June 2010

A importância de empregar métricas para medir, manter e garantir a qualidade das informações

O desenvolvimento vertiginoso da tecnologia levou o mundo para o uso crescente da informação. No universo corporativo, cada vez mais os processos produtivos e de decisão baseiam-se em imensos volumes de informação que transitam e se acumulam pelos bancos de dados das empresas, coletados das mais diferentes maneiras.

A reboque deste modelo de operação, vem a preocupação com o risco de se basear em informações de má qualidade, o que pode levar a decisões erradas, às vezes até desastrosas. O envio de uma fatura para o endereço errado causa um pequeno transtorno para a empresa e seu cliente.

Já uma cirurgia realizada no joelho errado, por um equívoco de registro na ficha médica, tem conseqüências muito sérias tanto para o paciente quanto para o hospital.


Neste contexto, ganha importância cada vez maior uma nova disciplina: a Qualidade de Dados. Entre outros fatores, informação de boa qualidade auxilia na conquista de novos clientes, potencializa o uso do Data Warehouse e incrementa o retorno dos investimentos em tecnologia.

Por outro lado, informação de má qualidade provoca ineficiência operacional, compromete a tomada de decisão por levar a conclusões equivocadas, abala a confiança dos clientes, além de desgastar seu relacionamento com a empresa (David Loshin, em “Enterprise Knowledge Management: The Data Quality Approach”).


Motivado por este cenário, o MIT – Massachusetts Institute of Technology, conceituado polo de desenvolvimento tecnológico americano, buscou inspiração no Gerenciamento da Qualidade Total (ou Total Quality Management – TQM), que revolucionou os processos de produção de fábrica na segunda metade do século passado, para criar o programa de Total Data Quality Management – TDQM.

Este programa estabeleceu um sólido alicerce teórico e uma metodologia consistente para aprimorar a qualidade da informação nas empresas, disseminando as melhores práticas e incentivando o desenvolvimento de tecnologia para o gerenciamento da qualidade.

Segundo o programa, para garantir a qualidade da informação, vários de seus aspectos – ou dimensões – devem ser considerados: a qualidade vai além da integridade, ou exatidão. É preciso também avaliar, por exemplo, a atualidade, a facilidade de uso, a segurança de acesso, entre outras características.

É no processo de avaliação dessas dimensões que entram as métricas: regras de avaliação da qualidade para cada dimensão, sejam de aferição subjetiva ou objetiva.


A aderência a uma lista de valores permitidos é algo que se pode medir objetivamente, neste caso a integridade da informação.

Em contrapartida, a facilidade de uso somente pode ser medida pela percepção de quem utiliza o dado (Richard Wang e outros, “Data Quality Assessment”, Communications of the ACM, abril de 2002).


O método preconiza que, primeiramente, é preciso escolher os dados relevantes e as dimensões que, para a empresa, mais fazem sentido mensurar. As dimensões subjetivas são medidas por meio da coleta da percepção da qualidade junto aos indivíduos que participam do manuseio dos dados, desde a coleta até o uso, passando pela transformação e o armazenamento.

Usualmente, esta percepção pode ser registrada na escala simples do péssimo ao ótimo.


As dimensões objetivas baseiam-se em regras que podem ser universais ou específicas do negócio da empresa. Em qualquer contexto, é sempre importante verificar a consistência de um endereço, a existência de uma data ou a repetição de um mesmo CPF para diferentes pessoas.

Regras de negócio podem incluir existência de código de produtos, faixa etária permitida para certas transações, coerência entre produto e prazo de entrega. Para cada regra, é possível criar uma métrica que reflita a aderência de um dado a ela, e que portanto é seu “score” de qualidade.

Quando estas métricas são aplicadas no conjunto do banco de dados da empresa, é possível estabelecer uma visão geral da qualidade das informações existente.

Uma vez definidas as métricas, elas passam a ser aplicadas regularmente, constituindo-se um termômetro imprescindível para monitorar a qualidade dos dados da empresa e o resultado das ações de melhoria adotadas ao longo do tempo.

O sucesso de um programa de qualidade da informação em cada corporação passa, necessariamente, pela escolha das dimensões mais significativas para o negócio e de métricas que possam ser regularmente aferidas, de forma a sustentar este programa de maneira permanente.

Somente assim é possível decidir com segurança quais informações podem servir de base para melhorar as ações estratégicas e operacionais da empresa.


*Flávio da Almeida Pires (foto) e Mario Cervo são, respectivamente, presidente e diretor de projetos de qualidade de dados da Assesso. Ambos são fundadores da QIBRAS – Qualidade da Informação Brasil, organização criada para a promoção e fortalecimento do setor, com o apoio do Massachusetts Institute of Technology (MIT)

Sunday, 27 June 2010

Tecnologia para análise de quebra de sigilo será padrão no país

O Ministério Público Federal (MPF) já colocou em andamento o processo de implantação da tecnologia desenvolvida para realizar o registro e a análise de extratos de quebra de sigilo bancário. O sistema se tornará padrão para todas as instituições financeiras.

Desenvolvida pela Assessoria de Análise e Pesquisa da Procuradoria Geral da República (Asspa), a ferramenta foi criada com o propósito de melhorar a qualidade e aumentar a rapidez na análise de provas produzidas na investigação de crimes complexos, tais como lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro.


Segundo o MPF, o sistema realiza a análise de grandes volumes de registros financeiros, e nesse último mês foi disponibilizado para os ministérios públicos dos estados de São Paulo e de Santa Catarina e à Polícia Federal. O próximo órgão a receber a tecnologia será a Controladoria-Geral da União (CGU).


O órgão informa que com a utilização do sistema, que constará ainda do pacote de programas fornecidos pelo Ministério da Justiça aos Laboratórios de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LDs), acaba o antigo problema de diversos layouts usados por cada instituição financeira, ao dar cumprimento às quebras de sigilo bancário autorizadas por juízes.


De acordo com o MPF, na prática, o delegado de polícia, o promotor de justiça ou o procurador da República, ao fazerem pedidos de quebra de sigilo no âmbito de investigações ou processos judiciais, fornecerão um número de protocolo do sistema, para onde serão enviadas pelos bancos por meio eletrônico todas as informações pertinentes.

"Isso diminui os custos bancários de coleta e fornecimento de dados e facilita a análise por parte do destinatário das informações", apontou o MPF.


A padronização do layout para quebra de sigilo bancário está elencada entre as 21 ações da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) para 2010.

Friday, 18 June 2010

Banda larga móvel supera acesso fixo no Brasil, diz pesquisa

O Brasil registrou 11,9 milhões de conexões à internet em banda larga via celulares e dispositivos móveis no primeiro trimestre deste ano, ultrapassando por pouco o volume de 11,8 milhões de usuários de serviços de banda larga fixa – via cabo, fibra óptica e rede de telefonia.

Os dados fazem parte do "Balanço da Banda Larga Móvel" divulgado nesta sexta-feira (18) pela fabricante de equipamentos de rede Huawei e pela consultoria Teleco. Somente nos três primeiros meses do ano foram registrados 4,9 milhões de novos acessos móveis no país.

A pesquisa destaca que o crescimento da internet móvel brasileira foi impulsionado principalmente pelos celulares 3G que tiveram um salto de quase seis vezes em vendas em um ano. No período de janeiro a março os dispositivos conectados somaram 8,7 milhões ante 1,5 milhão no primeiro trimestre do ano passado.

As conexões via modem 3G apresentaram um crescimento de mais de 100% em um ano. No primeiro trimestre o Brasil registrou 3,2 milhões de conexões banda larga móvel pelo dispositivo.

Mundialmente, o volume de usuários de acesso 3G atingiu 642 milhões no primeiro trimestre, o que representa um crescimento de 43% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A análise da Teleco destaca que a participação dos smartphones atingiu 19,3% do total de celulares vendidos no mundo nos primeiros três meses do ano.

A sua privacidade online está ameaçada?

O programador de Nova York, Barry Hoggard, leva a sério a questão de privacidade online. Neste mês, ele disse adeus aos seus 1251 amigos do Facebook e apagou sua conta, de quatro anos, em protesto ao que ele chama de políticas de privacidade corroídas nas redes sociais.


“Estou cansado de acompanhar minhas configurações do Facebook e quais opções devo marcar para me proteger”, afirma Hoggard. “Não tenho muitas ilusões sobre privacidade online, mas o Facebook foi muito longe.”


Do Facebook aos publicitários que podem colocar sua identidade online a venda pelo maior lance, e estranhos que podem acompanhar seus passos pela cidade, novos meios de utilizar a tecnologia e a internet estão tornando as questões de privacidade uma grande polêmica.


“A privacidade hoje não é o que era um ano atrás”, afirma o diretor do Centro para Democracia Digital, Jeffrey Chester. “Não faz muito tempo quando nos preocupávamos com anunciantes plantando cookies em nossos computadores”, diz Chester, que acredita que o controle de privacidade vai se tornar cada vez mais difícil.
Confira abaixo as ameaças que estão emergindo contra a privacidade.


Redes sociais
Será que as redes sociais estão ditando o fim da privacidade? Centenas de membros do Facebook que abandonaram suas contas acreditam que sim. Com 450 milhões de usuários, o Facebook influencia as decisões sobre privacidade das outras redes sociais.
Trocas de pequenas conversas e fotos de viagens tornaram o Facebook viciante para seus usuários.

Mas, com os anos, eles assistiram suas informações privadas sendo compartilhadas com uma esfera crescente de estranhos – os publicitários. E, neste mês, o Facebook fez mudanças às suas políticas de privacidade que expuseram mais dados pessoais a uma gama ainda maior de marqueteiros.


Uma das mudanças envolve o programa piloto Personalização

Instantânea, que permite aos sites parceiros do Facebook acessar os dados do usuário e moldar seu conteúdo. Com o recurso ativado, as informações pessoais são acessadas no momento em que o usuário acessa sites como o Docs.com, Pandora ou Yelp.

Quando o programa foi lançado, o Facebook o ativou automaticamente para todos seus usuários, mas a questão gerou polêmica e a companhia foi forçada a revisar sua decisão. A Personalização Instantânea agora é opcional.


A rede já havia sofrido com questões de privacidade antes. Em 2007, ela lançou o Beacon, um sistema de propaganda que acompanhava determinadas ações dos usuários do Facebook em 44 sites de parceiros. Muitos usuários se revoltaram, citando preocupações em relação a privacidade. O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, se desculpou rapidamente e tornou o Beacon um recurso opcional.

“O Facebook está, literalmente, reduzindo as configurações de privacidade para seus usuários”, afirma o diretor do Electronic Privacy Information Center (EPIC), Marc Rotenber. No começo de maio, o EPIC e outros 14 grupos de consumidores entraram com uma reclamação contra o Facebook na Comissão Federal do Comércio. A ação acusa o site de seguir práticas de negócio injustas e enganadoras, em parte, por divulgar detalhes previamente privados ao público.

O Google Buzz também enfrentou problemas similares. A rede expôs uma lista dos endereços de e-mail de contatos mais utilizados de seus usuários quando o serviço foi lançado.

As redes sociais têm forçado seus usuários a pensar novamente sobre o que é a privacidade em um mundo no qual o compartilhamento público de vidas privadas se tornou comum, observa o especialista em leis de privacidade Jeremy Mishkin. “O verdadeiro problema é como garantir aos indivíduos que eles têm controle de suas próprias informações”, afirma Mishkin.

O Facebook recusou entrevistas, mas divulgou uma declaração: “É importante que o Facebook e outros sites ofereçam aos usuários um controle claro sobre quais informações querem compartilhar, quando querem compartilhar e com quem querem compartilhar. Estamos analisando feedbacks e avaliando a melhor forma de responder às preocupações.”

Coleta de dados
A criação de um perfil digital é bem mais fácil se você estiver conectado ao Facebook, Google Buzz ou LinkedIn. Não é novidade o uso do interesse do usuário em carros para oferecer um novo produto. Mas, será que algum dia o status do Facebook poderá ser utilizado por uma agência de crédito, agência de saúde ou futuro empregador para determinar se você é uma boa escolha?

Companhias como a Rapleaf afirmam que estão trabalhando com instituições financeiras para que seus bancos de dados de e-mails tenham também informações compartilhadas de redes sociais. O vice-presidente de desenvolvimento de negócios da empresa, Joel Jewitt, afirma que colabora com os departamentos de marketing da companhia, para oferecer serviços financeiros mais adequados aos clientes bancários.

A Rapleaf é apenas uma de muitas firmas, como a Acxiom e a Unbound Technology, que estão completando suas informações com auxílio de redes sociais, tweets e informações do LinkedIn. Se uma empresa precisar saber mais sobre você, basta utilizar um desses métodos.

Links offline para sua vida online
A primeira tendência para os marqueteiros é a combinação de dados online e offline para criar perfis digitais de internautas. Companhias como a BlueKai, DataLogic e Nielson estão trabalhando com publicitários para que eles alcancem os internautas com propagandas baseadas em seus comportamentos offline e atributos demográficos.

Os anunciantes destacam, com cuidado, que apenas informações não identificáveis são utilizadas e que as pessoas nunca são identificadas por seus nomes, mas sim por grupos demográficos.

As conexões entre os mundos online e offline são feitas por meio de um endereço de e-mail registrado pela companhia com a qual você faz negociações. Esse endereço poderia criar uma ligação com um perfil feito a partir de suas atividades online em sites como redes sociais. Ao cruzar as referências desse e-mail, os publicitários podem apresentar um banner com uma propaganda moldada de acordo com seus hábitos ou visões políticas expressadas no Twitter.

Isca de tubarão em tempo real
A segunda tendência é uma tecnologia de lances em tempo real que permite agências publicitárias como a Google e o Yahoo acompanhar os usuários na web e entregar propagandas terceirizadas personalizadas instantaneamente.

Funciona da seguinte forma: conforme você visita sites da internet, os marqueteiros dão lances em tempo real para mostrar lhe mostrar uma propaganda ligada a sua atividade online. Se você estiver lendo sobre uma câmera digital, você pode ver um anúncio do produto no próximo site que visitar. Se você comprar essa câmera, os publicitários podem, em tempo real, lançar uma propaganda sobre acessórios para o produto no próximo site.

Golpe duplo de privacidade
O aumento dessas duas tendências de marketing, que criam campanhas personalizadas e instantâneas, pode não ser uma surpresa real. Mas os ativistas de privacidade dizem que elas vão muito longe e que os publicitários estão acompanhando as atividades das pessoas e lucrando com suas informações de modo injusto.

“A maioria dos consumidores ficaria chocada ao saber que as companhias estão combinando detalhes de suas vidas online instantaneamente, sem o seu conhecimento”, afirma o membro da organização Public Interest Research Group, Ed Mierzwinski.

Chester, do Centro para Democracia Digital, afirma que esse tipo de publicidade implica em propagandas predatórias, como curas duvidosas para doenças ou empréstimos de grande interesse.

A transparência é uma chave para os publicitários, segundo o chefe executivo da Better Advertising, Scott Meyer. Ele diz que a indústria aumentou seus esforços para afastar a regulamentação governamental por meio de programas de autorregulamentação. Um deles é o ícone de transparência: ao clicar em um destes em uma propaganda, ela informa ao usuário que está utilizando dados de comportamento ou demográficos.

A Better Advertising oferece um complemento para navegador chamado Ghostery que alerta sobre acompanhamentos escondidos e permite bloquear esse tipo de atividade. O bloqueio só funciona no Chrome, mas o complemento também está disponível para o Internet Explorer e o Firefox.

Perseguição móvel
Sem uma configuração adequada no seu smartphone com GPS ou serviços de geolocalização, os publicitários podem saber onde você está e aproveitar isso.

Redes sociais como o Foursquare, Gowalla e Loopt foram desenvolvidas para facilitar a localização de amigos em restaurantes, bares e shoppings. Uma série de aplicativos para Android e iPhone utilizam informações de localização. O Facebook também diz que integrará recursos de compartilhamento de locais ainda em 2010.

Esses serviços alertam aos consumidores que sejam cuidadosos em relação ao quanto revelam sobre si. Em fevereiro, grupos de privacidade pediram aos legisladores que limitassem o quanto os publicitários podem acompanhar os usuários por meio desses serviços. Segundo eles, as regras para serviços baseados em localização e publicidade estão vencidos e obsoletos.

Pressão a ponto
Serviços de geolocalização baseados em recompensas como o Foursquare, que dá cupons e pontos para membros que revelarem suas localizações, geram essa preocupação.

“Você precisa considerar se há alguma informação na sua localização que você não queira tornar pública”, afirma o especialista do grupo Electronic Frontier Foundation, Peter Eckersley. Ele cita exemplos de visitas à igreja, reuniões políticas ou clubes noturnos: “Há pessoas que podem usar essas informações contra você?”

Na mira de propagandas móveis
Alguns especialistas ainda se preocupam com a vontade de publicitários de penetrar em uma indústria de marketing móvel direta. A rede social móvel Loopt diz que está desenvolvendo um sistema de propaganda que pode lançar ofertas aos clientes de uma determinada loja no momento em que eles entram nela. A companhia diz que os marqueteiros querem alcançar as pessoas no momento em que eles fazem uma decisão de compra.

Aplicativos executados em smartphones e gadgets com serviços de localização, como o iPad, também preocupam ativistas de privacidade. “Com a ajuda da tecnologia de GPS, cada publicitário saberá onde você está e o que você está fazendo com seu celular”, afirma Chester. Esses programas ou até mesmo e-readers saberão, por exemplo, o quão perto você está de um shopping, restaurante ou escritório.

Podemos parar de nos preocupar?
Qual é o futuro da privacidade? Será que teremos de concordar com o CEO do Facebook, que afirmou em 2009 que “a era da privacidade acabou”? Meyer acredita que o sentimento estranho de que “alguém está me observando” vai sumir conforme as tecnologias permitam um controle maior sobre sua privacidade.

Wednesday, 9 June 2010

Versão WEB do Office já está disponível

Sem alarde, a Microsoft liberou, para todos os usuários, as versões online gratuitas dos aplicativos Word, PowerPoint, Excel e OneNote.

Até agora, esses aplicativos online, reunidos no pacote Office Web Apps, estavam em fase beta, disponíveis apenas para testadores. Desde ontem, o acesso está oficialmente liberado para quem mora nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e na Irlanda.

Mas os brasileiros e moradores de outros países também podem usar os aplicativos. Basta ir ao site Office.Live.com. O novo serviço vai competir com Google Docs, Zoho, ThinkFree e outros sites similares.

O Office Web Apps funciona integrado ao SkyDrive, o serviço de armazenamento de arquivos na web da Microsoft. É possível transferir, para o site, documentos criados no computador com os aplicativos do Office.

Também é possível criar os arquivos usando as ferramentas online, além de editá-los e exibi-los. A interface do site foi projetada para ficar parecida com a dos aplicativos do Office. Como no caso dos programas instaláveis, há uma faixa de opções na parte superior. E ela muda conforme a operação que está sendo executada.

Há duas diferenças óbvias entre o Office instalável e sua versão online: primeiro, o serviço na nuvem é muito mais lento do que o aplicativo local.

Segundo, apenas um pequeno subconjunto das funções do Office está disponível online. Ainda não está ativo o recurso de editar documentos do Office dentro do Hotmail.

Os internautas poderão experimentá-lo depois do dia 15, quando deve ser liberado um beta público do Windows Live wave 4. Nesse mesmo dia, deve haver o lançamento do Office 2010 para o público geral.

Gastos com serviços de TI devem superar US$ 16 bi no Brasil

Os gastos das empresas brasileiras com serviços de TI devem totalizar US$ 16,5 bilhões neste ano, cifra que chegará a US$ 22,1 bilhões em 2013, uma expansão de 33,9% no período, segundo projeção do Gartner.

O instituo de pesquisas estima que as despesas das companhias com serviços de TI no país registrarão taxa crescimento anual composto de 6,9%, no período compreendido entre 2008 e 2013. Em 2008, a cifra atingiu US$ 15,8 bilhões.


"O CIO brasileiro precisa ser mais agressivo em relação à adoção de serviços de tecnologia como suporte aos negócios da empresa", enfatiza Cassius Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas do Gartner, ao salientar que os diretores de TI do país, contudo, estão se movendo mais rapidamente de que os de outros países.


Já a projeção da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) indica que as exportações de software e serviços de tecnologia de informação deverão alcançar US$ 5 bilhões no ano que vem, o que, se confirmado, representará um crescimento de 42,8% na comparação com os US$ 3,5 bilhões estimados para este ano.


Na opinião do presidente da Brasscom, Antonio Gil, o Brasil precisa aproveitar melhor as oportunidades de mercado e ampliar a participação das exportações de software e serviços de TI. De acordo com ele, o mercado mundial de offshoring movimenta em torno de US$ 700 bilhões ao ano, sendo que deste total US$ 100 bilhões são provenientes de países emergentes.

No entanto, segundo Gil, a Índia sozinha responde por US$ 60 bilhões desse montante. Mesmo assim, observa, sobra um mercado potencial de US$ 40 bilhões para o Brasil, que atualmente tem uma participação menor que 10% nesta cifra.


Para o presidente da Brasscom, o Brasil tem condições de concorrer com a Índia. "Ou o país entra no jogo das exportações ou vai ser 'engolido'. Não podemos ficar apenas crescendo a taxas sustentáveis de 10% a 15%; temos de ser agressivos para garantir maior representatividade nesse mercado", enfatizou.


Entre os problemas enfrentados pelo país para ganhar competitividade no setor de exportações de serviços de TI, além da escassez de profissionais com domínio do idioma inglês, Gil cita os custos da mão de obra, tanto no que diz respeito à capacitação quanto no peso dos tributos.

Ele diz que a Brasscom está propondo ao governo a alteração na base de cálculo da contribuição do INSS, para que deixe de tributar a mão de obra e passe a cobrar o imposto como base no faturamento da empresa. Com isso, Gil calcula que os custos com pessoal serão reduzidos em cerca de 20%.

A proposta da Brasscom é que tal alteração seja feita por meio de medida provisória.

Tuesday, 8 June 2010

Parceria entre Oi e Phorm na mira do Cade e da Justiça por causa de ferramenta que identifica preferência de usuários

A parceria da operadora Oi com a empresa Phorm, que tem sede em Londres, para utilização de uma ferramenta de identificação de preferência dos usuários na internet para fins publicitários está levantando dúvidas nos órgãos federais que avaliam ou monitoram o assunto. O tema está sob análise tanto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quanto do Ministério da Justiça, que está finalizando o texto do Marco Civil da Internet.

Um dos principais questionamentos é se o banco de dados montado a partir do programa constitui ou não invasão de privacidade. O impacto financeiro da tecnologia de publicidade comportamental (behavioural advertising technology) para sites e provedores de conteúdo é outro aspecto avaliado.

Pela tecnologia, um "monitor" é instalado na rede que provê acesso à internet. A partir daí, cada clique na internet é registrado, associando os sites visitados a um padrão de consumo. Quem visita com frequência sites de beleza potencialmente é um comprador de cosméticos, bem como o leitor do site de uma revista sobre automóveis potencialmente está interessado em acessórios para carros.

Essas informações vão sendo agrupadas em um banco de dados e facilitam o targeting (definição de alvo) de quem vende publicidade. Conhecendo esses dados, um site pode oferecer espaço publicitário qualificado e as agências podem colocar o anúncio do cliente na tela do consumidor certo.

O Cade está analisando a parceria entre Oi e Phorm, pois a operadora tem faturamento superior a R$ 400 milhões. O foco são aspectos concorrenciais - para os quais já há pareceres favoráveis das secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça e de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda.

Mas, como a ferramenta provocou polêmica na Europa, o Cade passou a dar atenção à questão da comercialização de informações de internautas. O Conselho não tem poder para tratar desse assunto - que, em princípio, pode ficar para avaliação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Se preciso, o Cade pedirá um parecer da Anatel para balizar a decisão. Sem estar de posse dos detalhes da ferramenta da Phorm, a Anatel disse que, em princípio, a violação de direitos só se caracteriza se não houver anuência prévia do internauta.

- O princípio internacional é de autodeterminação informativa por parte do usuário. Esse consentimento para o uso dos dados deve ser livre e bem informado - disse o assessor da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Guilherme Almeida, coordenador do Marco Civil da Internet (que está sob consulta pública).

Pelo Marco Civil, provedores de acesso só podem, se autorizados pelos clientes, tornar públicas as informações de conexão. Por exemplo, a data e a hora de entrada em um site. Outra questão que pesa no Cade é se o novo produto vai prejudicar financeiramente os sites e provedores de conteúdo, sobretudo os de pequeno porte. Isso porque informações de acesso a um site serão repassadas a terceiros que pagarem pela tecnologia de monitoramento, que por sua vez poderão faturar com o perfil dos clientes de um outro provedor. A Oi-Phorm ganha um valor da publicidade pela intermediação.

A Oi e a Phorm ressaltam que toda essa solução integra e cruza as informações em tempo real. Ou seja, não é armazenado o histórico do usuário. As companhias informam também que não há identificação de quem é o usuário ou onde ele esteve porque a ferramenta transforma esse internauta em uma chave de 24 dígitos. As empresas lembram que o sistema exclui e-mails, salas de bate-papo, páginas com dispositivo de segurança, tais como de bancos, além de sites com conteúdo adulto e jogos de azar.

Leia a íntegra da reportagem na edição do GLOBO digital (exclusivo para assinantes).

Sunday, 6 June 2010

Livro discute se a internet está 'destruindo mentes'

Quando o autor Nicholas Carr iniciou as pesquisas para o livro que busca descobrir se a internet está destruindo as mentes das pessoas, ele restringiu seu acesso a e-mails e desativou suas contas no Twitter e no Facebook.


Seu novo livro "The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains" ("O que a internet está fazendo com nosso cérebro") argumenta que os últimos avanços da tecnologia nos tornou menos capazes de pensamento aprofundado.

Carr se descobriu tão distraído que não podia trabalhar no livro enquanto estava conectado.


"Eu descobri que minha incapacidade de me concentrar é uma grande deficiência", disse Carr.


"Então, abandonei minhas contas no Facebook e no Twitter e reduzi o uso de e-mail de modo que eu apenas checava algumas vezes por dia em vez de a cada 45 segundos. Descobri que esse tipo de coisa realmente faz a diferença", afirmou ele.


Depois de inicialmente se sentir "perdido" por sua súbita falta de conexão on-line, Carr afirmou que após algumas semanas foi capaz de se concentrar em uma tarefa por um período sustentado e, felizmente, conseguiu terminar seu trabalho.


Carr escreveu um artigo para a revista Atlantic Magazine em 2008 em que trouxe a público a famosa dúvida "O Google está nos tornando estúpidos?" e resolveu estudar mais fundo como a internet altera nossa mente.


O livro examina a história da leitura e aborda como o uso de diferentes mídias muda o cérebro. Explorando como a sociedade mudou da tradição oral para a palavra escrita e para a internet, ele detalha como a mente se reorganiza para se ajustar a novas fontes de informações.


A leitura na internet mudou de forma fundamental a maneira como nós usamos o cérebro, segundo o autor.


Encarando uma enxurrada de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas, além de incessantes interrupções geradas por mensagens de texto, emails, atualizações no Facebook, tweets, blogs e feeds RSS, nossa mente se acostumou a navegar e a escanear informações.


Como resultado, desenvolvemos habilidades na tomada de decisões rápidas, particularmente as baseadas em estímulos visuais, afirma Carr. Mas, agora, a maioria de nós lê com pouca frequência livros, ensaios longos ou artigos que nos ajudam a concentrar e sermos mais introspectivos e contemplativos, diz o autor.


Bibliotecários?


Para Carr, estamos nos tornando mais como bibliotecários, capazes de encontrar rapidamente informações e perceber quais são as melhores, do que acadêmicos que são capazes de digerir e interpretar a informação.


A falta de foco afeta a memória de longo prazo, levando muitas pessoas a se sentirem distraídas, afirma o autor.


"Nunca ativamos as funções mais profundas, interpretativas de nosso cérebro", disse ele.


Para ilustrar esse ponto, ele compara a memória de curto prazo a um dedal e a de longo prazo a uma grande banheira. Ler um livro é como encher a banheira com água a partir de um fluxo constante de uma torneira, com cada porção de informação sendo construída a partir da anterior.


Em contraste, a internet é um conjunto infinito de torneiras abertas ao máximo, nos deixando tomados de porções pequenas de informações desconexas para encher a banheira, o que torna mais difícil para a mente fazer as conexões necessárias que permitiriam seu uso posteriormente.


"O que estamos perdendo é todo um conjunto de outras habilidades mentais, aquelas que requerem não a mudança de nosso foco, mas a manutenção dele sobre um ponto", disse o autor. "Contemplação, introspecção, reflexão, não há espaço ou tempo para isso na internet".


Carr sustenta que durante séculos os livros protegeram a mente da distração, concentrando o foco em um assunto por vez.
Mas com aparelhos como Kindle e iPad, que incorporam leitores de livros digitais a browsers de internet, se tornando comuns, Carr afirma que os livros também vão mudar.


"Novas formas de leitura sempre exigem novas formas de escrita", diz ele.


Se os escritores atuam em uma sociedade que é cronicamente distraída, eles inevitavelmente vão desistir de argumentos complexos que requerem atenção contínua para escreverem pequenas quantidades de informação.


Carr tem uma sugestão para aqueles que sentem que navegar pela internet os deixou incapazes de concentração: reduza o ritmo, se afaste da internet e pratique as habilidades de contemplação, introspecção e reflexão.

Wednesday, 2 June 2010

Ser apenas provedor de banda não é bom para operadoras, diz Huawei

Huawei Technologies, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, avalia que existem quatro áreas estratégicas nas quais as operadoras de telecomunicações têm maiores possibilidades de desenvolver negócios nos próximos anos. Com base em um estudo realizado pela própria empresa, ela detectou que as áreas são a banda larga móvel, machine-to-machine, cloud computing e home networking.


Segundo Ron Raffensperger, diretor de core networks marketing e porta-voz da empresa, essas são as áreas em que as teles poderão desenvolver aplicações e serviços. "Definitivamente, serem apenas provedoras de banda não é um bom negócio para as operadoras", diz.

De acordo com o executivo, o desenvolvimento dessas áreas é fundamental para permitir que as pressões de custo e por maiores demandas de banda sejam compensadas por mais receitas. "Essas são áreas em que as operadoras ainda podem obter receitas novas."

Raffensperger ressalta que as operadoras precisam encontrar maneiras de conseguir trazer receitas também da ponta do conteúdo, e que isso virá da adição de valor à rede. "Dá para fazer isso respeitando os limites de neutralidade de rede."


Apesar de reforçar a necessidade das teles buscarem novas fontes de receita para compensar a necessidade crescente de investimentos, a empresa se exime de advogar por uma ou outra tecnologia. "A única coisa comum a todas as tecnologias e plataformas que desenvolvemos é que por trás de tudo está o IP", diz Raffensperger.

Home networking


Em algumas áreas, a empresa mostra forte presença de mercado, como em tecnologias móveis, banda larga fixa e redes óticas (tanto core quanto acesso). Em outras áreas, contudo, a Huawei diz que ainda precisa ganhar espaço. É o caso das tecnologias de home networking.

Segundo Ross Gan, head de comunicações corporativas da empresa, esta é uma área em que a Huawei ainda tem muito espaço para avançar e que será fundamental para as operadoras. "Por isso temos uma área voltada especificamente para o desenvolvimento de dispositivos e aplicações".

Uma das iniciativas nessa área envolve o desenvolvimento de set-top boxes IPTV, que a Huawei já tem implementados em mais de 20 operações comerciais, que atendem a mais de 6 milhões de clientes, segundo dados da empresa.

Aplicações como home gateways, femtocells e modems ADSL e 3G que permitem a conexão de vários dispositivos simultaneamente por meio de redes WiFi, também são uma aposta importante da Huawei nesse sentido.


Com a necessidade de integração de vários serviços, a Huawei vem reforçando para as operadoras a necessidade de ampliar o core IMS em suas redes.

Além disso, Duke Fu, diretor de marketing de redes de acesso óticas, diz que uma das apostas da empresa está na plataforma SingleFAN (Fixed Access Networks), que permite a integração de várias redes para ultrabanda larga tais como xDSL, PON e NGPON.

A divisão de acesso da Huawei estima que já tenha 1,49 milhão de acessos GPON, 1,38 milhão de acessos EPON e 134 milhões de portas DSL instaladas.

Tuesday, 1 June 2010

Preço do modem 3G está caindo no Brasil, mas redução de PIS/Cofins pode ser inócua, diz Huawei

O mais recente estudo a ser anunciado em breve pela Huawei sobre o mercado de banda larga móvel no Brasil mostrará uma redução contínua, nos últimos trimestres, do custo do modem 3G ao consumidor final.

No entanto, na avaliação da empresa, é possível que uma simples redução das alíquotas de PIS/Cofins, como pretende o governo no Plano Nacional de Banda Larga, seja suficiente para trazer esses valores ainda mais para baixo de modo a permitir um modelo massivo de venda direta ao consumidor, sem subsídio das operadoras.

Segundo o estudo da Huawei, o preço médio do modem 3G ao consumidor no primeiro trimestre de 2010 foi de R$ 294, contra R$ 375 no final do ano passado e R$ 479 no meio de 2009.

Segundo estimativas da Huawei, há no Brasil hoje um total de 3,2 milhões de modems 3G, dos quais 55% a fabricante estima terem sido produzidos por ela.

Segundo Marcelo Motta, diretor de tecnologia a Huawei do Brasil, é possível que uma simples eliminação das alíquotas de PIS/Cofins acabe não ajudando muito em uma redução maior no valor dos modems porque acabaria compensando a retirarda dos subsídios praticados pelas operadoras.

"O modelo mais eficiente é o que envolve a venda dos modems como parte de um pacote de serviço", diz. Para a Huawei, impostos como o imposto de importação e o ICMS pesam mais no preço final dos modems.


A Huawei, explica Motta, costumava montar os modems 3G no Brasil até meados do ano passado, quando deixou de fazer sentido diante da redução de custos e escala internacional dos equipamentos importados.

"Em função das políticas que possam ser adotadas pelo governo no Plano Nacional de Banda Larga, podemos rever essa posição", diz Motta.


Pacotes mais caros

Outro levantamento importante que a Huawei deve anunciar em breve é sobre o preço dos pacotes 3G. Segundo o levantamento da empresa, o Brasil tem o pacote de dados mais caro da América Latina, com uma média de R$ 69,90 por um plano com franquia de 500 Mb.

O mesmo pacote custa em média R$ 54,32 no Chile, R$ 31,65 na Argentina e R$ 28,66 no México. Já para o pacote com franquia de 1 Gb o Brasil tem uma média de R$ 84,90, contra R$ 87,31 da Espanha, R$ 55 de Portugal e R$ 39,90 do Reino Unido.

Nesses dois últimos países, a franquia é de 2 Gb e 3 Gb respectivamente. Segundo Motta, a explicação para o preço final dos pacotes no Brasil passa pela carga tributária e pelos elevados custos de construção de backhaul.

Ainda assim, diz ele, 65% da cobertura de 3G estabelecida para 2013 já foi atingida pelas operadoras.

Marca própria


A Huawei não tem como estratégia promover sua própria marca ao consumidor final. Na área de handsets, que não está entre as prioridades da empresa, os equipamentos são fabricados no modelo de OEM com a marca dos operadores clientes.

Na área de modems 3G, as vendas são quase sempre feitas pelas operadoras em conjunto com os pacotes. Mas existe entre as operadoras brasileiras uma crescente pressão para que os fabricantes de handsets promovam suas próprias marcas junto ao usuário.

"As operadoras no Brasil não querem ter celulares com marcas próprias, e por isso poderemos rever a nossa posição de não promover a marca Huawei junto ao cliente final".


A Huawei chegou contratos no valor de US$ 30,3 bilhões em 2009, dos quais R$ 1,4 bilhão foram no Brasil. Em 2010 a estimativa da empresa é alcançar US$ 36 bilhões em contratos.


Os mercados em que a fabricante mais cresceu em 2009 foram a China, com 58% de crescimento, América do Norte (53%), Ásia-Pacífico (43%) e América Latina (25%). Na Europa, a empresa praticamente não cresceu em 2009.