Monday, 30 June 2014
Governo britânico é acusado de violar lei que proíbe registros de ligações e de navegação na web
Agora, o governo terá de enfrentar a Justiça do país para tentar derrubar a Lei de Retenção de Dados (EC Direction), promulgada em 2009 e implementada pelo último governo trabalhista em resposta à diretiva de retenção de dados da União Europeia, de 2006, que exigiu que os estados membros mantivessem os dados dos cidadãos armazenados por um período mínimo de seis meses e um máximo de 24 meses. A implementação na Grã-Bretanha exige que as empresas mantenham os dados guardados por 18 meses.
Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça Europeu declarou a diretiva inválida. Em um parecer emitido em janeiro, o advogado geral do tribunal, Pedro Cruz Villalón, disse que se tratava de uma "grave interferência ao direito à privacidade e à proteção de dados pessoais", segundo o jornal britânico The Guardian. Mas, mesmo a diretiva tendo sido derrubada, o governo do Reino Unido ainda não a avaliou.
O ministro James Brokenshire revelou na semana passada que o governo tinha notificado as operadoras de telecomunicações para que "continuassem a observar suas obrigações, conforme descrito em qualquer aviso prévio", apesar da decisão.
Na opinião de Villalón, a retenção de dados "?torna possível a criação de um mapa fiel e exaustivo da conduta de uma pessoa e de parte de sua vida privada, ou mesmo uma imagem completa e precisa de sua identidade privada". Ele também destacou o risco de que os dados armazenados possam ser usados ??de forma ilegal ou "potencialmente prejudicial à privacidade".
O advogado geral também expressou preocupação com o fato dos dados armazenados não estarem de posse das autoridades públicas, mas de prestadores de serviços, também com o fato de não haver a exigência de que os dados estejam fisicamente armazenados na UE, mas em servidores em qualquer parte do mundo.
Wednesday, 18 June 2014
Confiança do brasileiro na privacidade online está entre as mais baixas do mundo
O estudo, para o qual foram entrevistadas 15 mil pessoas, revela que os pontos de vista sobre privacidade variam muito conforme a região e o tipo de atividade realizada online. No caso do Brasil, que ficou na quinta posição entre os 15 países avaliados, 26% dos entrevistados disseram estar dispostos a negociar a privacidade para maior conveniência online, enquanto 56% declararam que não trocariam a privacidade pela conveniência e desejam mais controle sobre seus dados pessoais.
Assim como nos demais países, no Brasil, os usuários de mídias sociais revelaram ter a menor confiança na ética e nas habilidades das organizações em relação à proteção de sua privacidade. O estudo mostra que 58% declaram ter confiança nas habilidades dos fornecedores para proteger dados pessoais e 53% disseram ter confiança na ética dessas organizações, o que coloca o País entre os menores índices de confiança.
O uso de sites de mídia social continua explosivo, apesar de os entrevistados brasileiros suporem que sua privacidade será mais difícil no futuro. No geral, a confiança na privacidade no País é baixa. Dos entrevistados no Brasil, 71% disseram que sentem ter menos privacidade agora do que há um ano. Além disso, 73% acreditam que a privacidade será mais difícil de manter nos próximos cinco anos. Para 89% dos usuários brasileiros de mídias sociais, devem existir leis que proíbam as empresas de comprar e vender dados pessoais, sem consentimento.
No Brasil, 76% dos entrevistados relataram já ter sofrido violação de dados (conta de e-mail invadida; dispositivo móvel perdido ou roubado; conta de mídia social invadida etc.), embora muitos deles não tenham tomando medidas para se proteger — 56% não trocam as senhas regularmente; 19% não personalizam as configurações de privacidade nas redes sociais; e 33% não usam proteção por senha nos dispositivos móveis.
Paradoxos globais
Entre os paradoxos apontados pelo Índice EMC de Privacidade está o do "queremos tudo". Os consumidores querem todas as conveniências e benefícios da tecnologia digital, embora digam que não estão dispostos a negociar sua privacidade para obtê-los. Segundo o levantamento, 91% dos participantes valorizam o benefício de "acesso mais fácil à informação e ao conhecimento" que a tecnologia digital proporciona, mas apenas 27% dizem estar dispostos a trocar parte da privacidade por maior conveniência e facilidade online.
Além disso, 85% dos entrevistados disseram valorizar "o uso da tecnologia digital para proteção contra atividade terrorista ou criminosa". Entretanto, apenas 54% se dizem dispostos a trocar parte de sua privacidade por essa proteção. Os participantes acima de 55 anos, em uma amostragem de países, dizem estar menos dispostos a trocar a privacidade pela conveniência e desejam mais controle sobre seus dados pessoais.
Outra contradição está no que a empresa classifica como "não tomar atitude". Embora os riscos à privacidade afetem diretamente muitos consumidores, a maioria diz que não toma praticamente nenhuma atitude especial para proteger sua privacidade — em vez disso, transferem o ônus para os que lidam com suas informações, como o governo e as empresas.
Mais da metade dos entrevistados relatou já ter sofrido violação de dados, embora a maioria não tenha realizado as ações necessárias para proteger sua privacidade — 62% não trocam as senhas regularmente; quatro em cada dez pessoas não personalizam as configurações de privacidade nas redes sociais; e 39% não usam proteção por senha nos dispositivos móveis.
Riscos à privacidade
Entre os principais riscos para o futuro da privacidade, os participantes listaram empresas que usam, vendem ou negociam dados pessoais para obter ganho financeiro (51%) e a falta de atenção do governo (31%). De modo similar, "a falta de supervisão e atenção das pessoas comuns como eu" teve uma classificação muito baixa (11%). Em uma amostragem com pessoas acima de 55 anos, foi relatado que elas são muito menos propensas a proteger com senha seus dispositivos móveis ou a alterar as configurações de privacidade em suas redes sociais.
Por fim, há o paradoxo do "compartilhamento social". Os usuários de sites de mídia social afirmam valorizar a privacidade, embora compartilhem livremente grandes volumes de dados pessoais — apesar de manifestarem falta de confiança na proteção que essas instituições dão a suas informações.
Há uma convicção entre os consumidores de que as instituições têm pouca habilidade e ética para proteger a privacidade dos dados pessoais em sites de mídia social — apenas 51% declaram ter confiança nas habilidades desses fornecedores para proteger dados pessoais e apenas 39% declaram ter confiança na ética dessas organizações.
A grande maioria dos consumidores (84%) afirma não gostar que alguém saiba qualquer coisa a seu respeito ou sobre seus hábitos, a menos que a decisão de compartilhar essas informações seja sua. Em outra amostragem, os entrevistados acima de 65 anos estão significativamente mais preocupados com sua privacidade e revelam ter pouquíssima disposição para permitir que outras pessoas conheçam seus hábitos online.
Tuesday, 10 June 2014
Maioria das violações a tablets e smartphones decorre de erros de configuração, diz estudo
"Violações de segurança móveis são — e continuarão a ser — resultado de erros de configuração e uso indevido de aplicativos, em vez de por causa de ataques profundamente técnicos em dispositivos móveis", diz Dionisio Zumerle, analista de pesquisas do Gartner. "Um exemplo clássico de erro de configuração é o mau uso de serviço em nuvem pessoal através de aplicativos instalados em smartphones e tablets. Quando utilizado para transmitir dados da empresa, esses aplicativos podem vazar dados da organização."
Com o aumento do número de smartphones e tablets e a redução nas vendas de PCs tradicionais, os ataques a dispositivos móveis tendem a crescer e se tornar mais sofisticados. Desse modo, o estudo prevê que, em 2017, o foco de violações de se deslocará para esses aparelhos.
Para causar danos significativos, no entanto, o malware precisa agir em dispositivos que tenham sua configuração alterada. O processo mais conhecido, que abre brecha para que o aplicativo malicioso prolifere, é o jailbreaking, o qual engana os sistemas que impendem a instalação de aplicações não autorizadas operem. Sempre que a Apple lança um novo iPhone ou uma versão do sistema operacional iOS inicia-se uma corrida para jailbreak para os sistemas da Apple, mas isso ocorre também em dispositivos equipados com o Android, do Google.
Outro método é o root, que permite ao usuário mudar aspectos de configurações impostas pelo fabricante, como aumentar o clock do processador, atribuir um esquema diferente de gerenciamento de memória, modificar arquivos de configuração internas que alteram o comportamento do Android, fazer cópias de segurança de configurações dos aplicativos e restaurá-las posteriomente são só alguns exemplos. Entre os riscos do root estão o fato de o usuário descuidado poder apagar ou modificar coisas que não deve e simplesmente estragar o sistema, ou permitir que aplicativos maliciosos instalem rootkits ou abrir brechas propositais quando instalados e executados pelo usuário desatento, quebrando por fim qualquer segurança do sistema.
Embora esses métodos permitam aos usuários acessar determinados recursos de dispositivos que são normalmente inacessíveis — na verdade, na maioria dos casos elas são executadas deliberadamente pelos usuários —, eles também colocam dados em perigo. Isso porque eles removem proteções específicas da aplicação e da "sandbox", área separada de todo o resto do dispositivo, fornecida pelo sistema operacional, que pode ser usada para testar qualquer programa, sem medo de que ele danifique o sistema caso algum arquivo nocivo entre em ação. O uso de "artimanhas" como o jailbreaking ou rooted também podem permitir que o malware baixado para o dispositivo deixa o aparelho aberto para todos os tipos de ações maliciosas, incluindo extração de dados da empresa.
A melhor defesa é manter os dispositivos móveis com uma configuração segura, por meio de uma poítica de gerenciamento de dispositivo móvel (MDM, na sigla em inglês), complementada pela blindagem de aplicativos e "contâineres" que protegem dados importantes. O relatório recomenda que os responsáveis pela segurança de TI adotem uma MDM corporativa para dispositivos baseados no Android e no iOS da seguinte forma:
• Exigir que os usuários sigam as políticas básicas da empresa, e estarem preparado para revogar os controles de acesso em caso de alterações. Usuários que não são capazes de trazer os seus dispositivos em conformidade com essas politicas deve ter o acesso aos aplicativos negado — ou extremamente limitado.
• Exigir que as senhas dos dispositivos incluam extensão e complexidade, bem como rigorosos padrões de repetição e de tempo de espera.
• Especifique versões mínimas e máximas de plataformas e sistemas operacionais. Não permitir modelos que não possam ser atualizados ou apoiados.
• Aplicar uma regra impedindo o uso de jailbreaking ou rooted, e restringir o uso de lojas virtuais de aplicativos não aprovadas. Dispositivos passíveis de sofrer violação devem ser desligados de fontes de dados de negócios.
• Exigir aplicativos assinados e certificados para acesso a e-mail comercial, redes privadas virtuais, Wi-Fi e aplicativos blindados.
Os responsáveis pela segurança de TI também precisam usar métodos de controle de acesso à rede para negar conexões empresariais para dispositivos que exibem atividade potencialmente suspeita. "Também recomendamos que favoreçam serviços de reputação para celular e estabelecer o controle externo do malware no conteúdo antes de ser entregue para o dispositivo móvel", diz Zumerle.
Thursday, 5 June 2014
Relatório mostra crescimento da mídia programática
Com os anunciantes e as agências cada vez mais em busca de seus clientes em todos os cantos do mundo online, o Real Time Bidding (RTB) – a compra em tempo real dos espaços publicitários – está mudando rapidamente o cenário para muito além da exibição da propaganda tradicional, garantindo um fluxo crescente de investimento na compra programática de mídia. A pesquisa mostra tendências baseadas em dados de marketing de todo o mundo, coletados entre janeiro e abril de 2014, comparados ao mesmo período de 2013.
O relatório mostra mercados maduros, como o de Serviços Financeiros e o de Viagens, estabilizando-se em níveis elevados de investimento e de concorrência, já que os publicitários começam a planejar melhor a alocação de seu orçamento, baseados na leitura de dados. O relatório também mostra que eles estão investindo pesado apontando, por exemplo, o registro do aumento da concorrência e dos investimentos em publicidade móvel (mobile) em toda a Ásia e Europa.
Mobile, vídeo e mídias sociais
O relatório observa um grande aumento na quantidade de anunciantes de todos os setores da indústria que estão anunciando em mobile, vídeo, display e mídias sociais. De janeiro a abril de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013, foram registrados os seguintes dados:
• Investimento publicitário no Mobile cresceu 109%
• Investimento em anuncios em Vídeo aumentou 65%
• O Display, que se tornou um canal global bem mais maduro, aumentou 20%
• Budgets para a Mídia Social aumentaram 20%
eCPM
A análise global da TURN descobriu que, com o aumento da concorrência no meio digital, os publicitários estão pagando mais para alcançar seus clientes-alvo, com um aumento ano a ano do eCPM (effective cost-per-thousand impressions – Custo efetivo por mil impressões) para mídias sociais, display e vídeo.
De janeiro a abril de 2014 foram registrados os seguintes dados:
• eCPM de mídia social subiu 64%
• eCPM de display foi a 21%
• eCPM de mobile cresceu 8%
• eCPM de vídeo diminuiu 1%, já que um aumento no inventário dos editores impactou os preços
"O investimento e a concorrência estão aumentando em mercados maduros, levando a alocações mais inteligentes dos orçamentos baseados em dados neste ano", diz Fernando Tassinari, diretor da TURN para América Latina. "Os anunciantes e as agências estão usando estratégias sofisticadas, com foco inicialmente na audiência, para conduzir o planejamento da publicidade programática e tornar insights provenientes da plataforma em uma vantagem contra a concorrência".
O relatório da empresa é o único na indústria a aplicar padrões globais de modelos econômicos para mensurar as tendências em Share of Voice (SOV) publicitário, dentro da crescente paisagem global da mídia programática. A pesquisa inclui uma riqueza de conhecimentos globais e regionais, que destacam a dinâmica do mercado de publicidade em tempo real, além de dados estratégicos para publicitários em concorrência em setores chaves da indústria, como viagens, telecomunicações e serviços financeiros.
De acordo com o relatório, cinco setores da publicidade programática global lideram a movimentação para se tornarem mais competitvos, de janeiro a abril 2014. São eles:
1 – Viagens – 49% mais competitivo
2 – Telecom – 49% mais competitivo
3 – Serviços Financeiros – 38% mais competitivo
4 – Artes e Entretenimento – 15% mais competitivo
5 – Casa e Jardim – 11% mais competitivo
Já os cinco principais mercados da indústria menos competitivos globalmente, entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014, foram:
1 – Esportes e Recreação – 79% menos competitivo.
2 – Autos – 71% menos competitivo
3 – Vestuário – 36% menos competitivo
4 – Produtos de Office – 7% menos competitivo
5 – Saúde e beleza – 3% menos competitivo
Plataforma
O relatório é baseado em análises dos dados da plataforma da TURN, que a cada dia faz mais de 100 bilhões de decisões de publicidade baseadas em dados, realiza análises de mais de 1,5 bilhão de atributos de clientes anônimos e oferece acesso instantâneo a bilhões de impressões de anúncios digitais, resultando em uma inigualável capacidade de fornecer informações que podem mudar o jogo.
Ela fornece três aplicações de marketing em tempo real: Audience Suite, uma plataforma de gerenciamento de dados e planejamento de audiência; Campaign Suite, uma plataforma de execução de mídia digital para vídeo, publicidade móvel, social e de display, e o Datamine Analytics, que possibilita explorar dados, otimizá-los e armazená-los, e foi construído para publicitários e profissionais de mídia. A TURN trabalha com as melhores marcas do mundo, agências e mesas de negociação (trading desks), incluindo Accuen, Aegis, Amnet, Chrysler, Experian, Kraft, Kimberly – Clark, Microsoft, OMD, Thomas Cook, Toyota, Travelers, Verizon, VivaKi e Zales.
Sobre a Turn
A Turn oferece insights em tempo real que transformam a maneira pela qual as principais agências publicitárias e profissionais de marketing tomam decisões. Os aplicativos em nuvem e arquitetura de escala da Internet da empresa trabalham juntos para oferecer uma imagem completa dos clientes, a execução de campanhas multicanal e a conexão com um ecossistema mundial de mais de 100 parceiros.
Com sua matriz instalada no Vale do Silício (EUA), a Turn possui 450 funcionários e 18 escritórios ao redor do planeta que permitem uma atuação integrada nos cinco continentes. A força da empresa pode ser medida pela quantidade de parceiros de grande porte com os quais trabalha. Tem como clientes cinco das seis maiores "mesas de operações" (Trading Desks) do mundo, como o Omnicom Group, Aegis, WPP e Publicis; mais de 200 agências, como a MediaVest, Sq1, Groupm e Sapient, e 75 dos 100 principais anunciantes do mundo, como AT&T, HP, Bank of America, Chrysler, Unilever, Verizon, entre outros.
Wednesday, 4 June 2014
FONEDADOS CONTINUA FUNCIONANDO, DISFARÇADO
O endereço é este:
http://fonedados.com/Nomes/xnomecpf.php
Veja matéria completa publicada na quinta-feira passada:
Site fornece indevidamente dados pessoais de milhões de brasileiros
Apesar de ter parte das informações desatualizadas, a página faz buscas por nome, sobrenome, endereço, telefone e CPF
Endereço polêmico fornece até números de celular das pessoas
Publicado: 29/05/14 - 10h09 / Atualizado: 29/05/14 – 17h01
RIO – Um site está causando inquietação entre os brasileiros ao revelar informações pessoais provavelmente obtidas por meio da compra ilegal de bancos de dados de operadoras de celular, bancos e do próprio Cadastro de Pessoas Físicas. O nome do site é Fonedados.com.
Atualização às 14h36m: O site Fonedados foi retirado do ar pouco tempo depois de esta matéria ser publicada e também após O GLOBO enviar um e-mail para o endereço de contato na própria página. O e-mail não foi respondido.
[Atualização às 17h21m: O site voltou ao ar, mas impedindo acesso a qualquer das controvertidas funcionalidades, e exibindo na home page o seguinte aviso: "Este lugar é privado e acessível somente para seus sócios". Só que nunca antes se falou no conceito de sócios do site, nem existe nas páginas qualquer informação sobre como se tornar sócio. Ou seja, é mais um"cala-boca" talvez esperando a poeira baixar para reativar o serviço na surdina. Esperemos.
A página encontra informações pessoais de boa parte dos cidadãos brasileiros, mas não todos, já que as bases de dados dele estão um tanto defasadas. Mas o estrago à privacidade de muita gente é claro.
O Fonedados permite busca por nome e sobrenome, por telefone, por endereço e por CPF.
Na busca por endereço, que no site é designado como “direção”, se for informado o nome da rua, ele devolve o CEP. Em cima da informação de CEP, o site abre para buscas de telefones fixos e até celulares no logradouro. Alguns dos números de celular fornecidos já caducaram, mas muitos são válidos, retornando nome e endereço do assinante. Pode-se também listar homens e mulheres morando na tal rua. Quando a pessoa é menor de idade, o sistema informa como endereço “(menor)”.
Visite o site — que oferece informações até de assinantes que optaram e pagaram para não ter seus dados fornecidos em qualquer lista — e busque por suas próprias informações e as de parentes, amigos e conhecidos. E comente aqui sobre o que conseguiu.
É grave o caso, especialmente pelo fato de que números de celular são sigilosos e não poderiam ser obtidos por nenhum site aberto.
Aliás, o caso Fonedados lembra a febre do finado site Lili.com, que eclodiu em 2007. O site revoltou muita gente, deu uma confusão dos diabos e depois sumiu. Tudo apontava para ser uma armação de dois belgas, Pierre-Alexandre Losson e Patrick de Visscher, ambos interpelados à época.
O primeiro nunca respondeu, e o segundo deu uma desculpa esfarrapada que se provou falsa em 2 minutos de busca no Google. Veja detalhes sobre o caso em http://goo.gl/TIViYG
. Nada indica que o Fonedados seja mais uma iniciativa da mesma dupla ou de seus asseclas, mas isto ainda terá que ser investigado pois, se no lili.com eles deixaram pistas, desta vez eles poderiam ter sido mais cuidadosos.
Como dado de contato, o site informa o e-mail , ao qual já foi enviada mensagem e ainda não houve resposta. No Google+, este e-mail aparece como pertencente a Francisco Rivera, cujo único “amigo” na rede social do Google é Nicolas Gonzales, curiosamente morador de Buenos Aires, Argentina — vide mais abaixo a relação do caso em pauta com este país.
Além disso, o site tem um link para suas políticas de privacidade — um texto escrito em português de Portugal e bastante confuso, nada dizendo de relevante ou que explique de onde foram obtidas as informações.
O site pode ser apenas um chamariz para atrair usuários que potencialmente podem clicar nos anúncios exibidos em suas páginas, gerando receita.
— Este site parece ser um compilador de bases de dados piratas, obtidas de maneira muito provavelmente ilícita. Ele vai empilhando informações, sem manutenção, e é possível encontrar dados com atrasos de entre 2 e 14 anos — diz Yanira Nasser, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do site Telelistas.net, a mais tradicional e confiável lista telefônica on-line do Brasil.
Alguns dados fornecidos pelo site, no entanto, são totalmente falsos.
— Pesquisei no Fonedados pelo CPF de um parente meu e o site devolveu um endereço falso usando por uma fraudadora que limpou a conta bancária deste meu parente há mais de cinco anos. Para mim, isso tem todo cheiro de que uma das bases de dados usadas seja uma cópia desatualizada da do próprio Banco do Brasil — disse um especialista em sistemas e redes que também investiga o site suspeito.
Apelando para o bom e velho Google
Googlando por “fonedados”, aparece uma empresa homônima de Brasília http://goo.gl/YBQaPJ, aparentemente da área de sistemas, com a qual ainda não conseguimos contato para saber se está ligada ao site.
Outro site http://goo.gl/PYadyo aponta para o mesmo endereço naquela cidade, informando que se trata da loja 4. Outra presença na web é no Guia Já http://goo.gl/LI1pRb, que informa outro endereço em Brasília, e o site Wooki http://goo.gl/reESYk informa que a referida empresa tem o nome fantasia “Micro Hot Line” e foi aberta em 28 de abril de 1995.
No Google aparecem também exemplos de consultas feitas ao site buscando por informações de hotel em Bento Gonçalves (RS) http://goo.gl/WqkGlw, por um certo Gustavo <http://goo.gl/CE2lJS uma tal Suzana http://goo.gl/Bh1xia. Provavelmente as três ocorrências são na verdade auto-buscas.
De acordo com o site http://goo.gl/mjcgiM, o domínio fonedados.com tem IP numérico 162.222.226.155 e este IP é hospedado pelo site http://buscardatos.com, que é a contrapartida do Fonedados na Argentina e em outros países da América do Sul, como Chile e Paraguai.
Aliás, basta espiar o código-fonte HTML do site do fonedados para ver que o código foi flagrandemente copiado do buscardatos.com, com vários comentários idênticos em espanhol — mais uma evidência da relação entre os dois.
O provedor do Fonedados é a Confluence Networks http://confluence-networks.com/, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. O site http://goo.gl/VdrSaF fornece contato e endereço completo deste provedor, incluindo telefones para contato administrativo, técnico e zonal — todos foram contatados mas não atenderam.
Já em outro site http://goo.gl/iPovcW, consta que o site está registrado no GoDaddy.com e deu entrada há apenas 2 meses. Seu tráfego principal vem de Portugal, o que bate com certos termos usado nas páginas do Fonedados, como “aceder” em lugar de “acessar”. O servidor do site roda Apache/2.2.15 (CentOS).
O Fonedados foi registrado de tal forma que o responsável real pelo site não aparece. O site Whois do GoDaddy http://who.godaddy.com/ informa que o domínio foi registrado em 7 de março deste ano e que vai expirar à mesma data em 2015. Quem registrou o domínio foi a Domains By Proxy <DomainsByProxy.com>, um fornecedor de registros privados de Scottsdale, no Arizona (EUA), cujo lema é: “Sua identidade não interessa a ninguém além de você”.
Voltando ao buscardatos.com, por meio da ferramenta DomainTools http://goo.gl/XGBwPZ, o domínio já teve 2 sites de registro, 9 mudanças de DNS em 6 servidores nos últimos 6 anos, já teve endereços 53 mudanças de IP em 6 anos. E seu Whois já teve 45 registros arquivados desde 25 de julho de 2008. O buscardatos também está registrado pela dobradinha GoDaddy/DomainsByProxy.
Um pouco inquietante é saber que, de acordo com outro site http://goo.gl/M7EsBa, o buscardatos já esteve hospedado em Haia, na Holanda, ali coladinho na Bélgica...
Continuaremos investigando e retornaremos com novidades. E não deixe de comentar sobre suas autobuscas no Fonedados.com.
Após o meio-dia desta quinta-feira, o site tornou-se um pouco errático, talvez devido a um excesso momentâneo de tráfego. Ou talvez o (ir)responsável o tenha tirado do ar.
Fonte: Jornal O Globo www.oglobo.com.br
Atividades maliciosas causam US$ 8 bilhões em prejuízos no Brasil
A Symantec e Organização dos Estados Americanos (OEA) acabam de divulgar o relatório com o título 'Tendências de Cibersegurança na América Latina e no Caribe', que descreve o panorama de ameaças na região e oferece recomendações para aumentar a proteção contra os crimes virtuais.
A pesquisa é um documento completo sobre segurança cibernética na América Latina e inclui informações da Rede de Inteligência Global de Symantec e OEA, além de dados adicionais da Ameripol (em português, Comunidade das Polícias da América) e demais organizações internacionais.
Sob a perspectiva das ameaças na Internet, os ataques dirigidos a alvos específicos estão aumentando na América Latina e se tornaram mais sofisticados. "Em 2013, os golpes em redes sociais e a presença de ameaças bancárias se multiplicaram em toda a região.
Além disso, os eventos esportivos internacionais, que serão realizados em breve no Brasil, por exemplo, podem ser a oportunidade enxergada pelos cibercriminosos para disseminar crimes online", diz Cheri McGuire, vice-presidente de Assuntos Governamentais Globais e Políticas de Segurança Cibernética da Symantec.
"O principal desafio para os países da região será acelerar o desenvolvimento de políticas nacionais e marcos legais, além de fortalecer as habilidades técnicas para manterem-se um passo à frente deste crescimento dos ataques virtuais", acrescentou.
Além disso, o informativo da companhia em parceria com a entidade aponta que mais de 15% dos ataques dirigidos registrados na América Latina, em 2013, tiveram como alvo organizações entre 501 e mil colaboradores.
O relatório também inclui o ranking latino-americano de atividade maliciosa gerada por país, no qual o Brasil aparece em primeiro lugar, segundo os dados registrados no ano passado. Sozinho, o país alcançou a marca de US$ 8 bilhões (mais de R$ 18 bilhões) em prejuízos causados pelo crime virtual.
"A proteção contra ameaças à segurança cibernética se tornou uma prioridade para os diferentes governos das Américas. Este estudo é parte de uma ampla gama de atividades que o Programa de Segurança Cibernética da OEA implementou desde a adoção da Estratégia Interamericana Integral de Segurança Cibernética, em 2004", comenta a Organização dos Estados Americanos em seu comunicado.
Tuesday, 3 June 2014
Em um dia, Google recebe mais de 12 mil pedidos de exclusão de links de internautas
A resolução do Google foi tomada após o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) ter decidido, em 13 de maio, que os cidadãos europeus têm direito a serem "esquecidos" na internet, em resposta a um processo aberto em 2011 por um cidadão espanhol que se queixou à agência de proteção de dados da Espanha, após o gigante das buscas ter recusado seu pedido para eliminar informações pessoais exibidas em links para um anúncio no jornal espanhol La Vanguardia.
Nos primeiros dias após a decisão, que aplica-se a informações "inadequadas, não pertinentes ou já não pertinentes ou excessivas em relação ao objetivo pelo qual foram processadas tendo em conta o tempo decorrido", cerca de mil europeus pediram ao Google para apagar links com informações pessoais — que são processadas e armazenadas nos servidores da empresa —, sendo que cerca de metade dessas pessoas tinha condenações criminais e metade não.
Os cidadãos que solicitarem o direito a serem "esquecidos" nos resultados de buscas, no entanto, terão ter de anexar a cópia de um documento de identificação oficial, bem como explicar porque razão a informação que pretendem "apagar" é inadequada.