À primeira vista, parece só mais um lançamento corriqueiro no dia-a-dia da IBM. Na próxima sexta-feira, a gigante da computação, que por ano destina invejáveis US$ 6 bilhões à pesquisa e desenvolvimento, vai apresentar a nova versão de seu pacote de software para gerenciamento de e-mail, o chamado Lotus Notes, usado por empresas. O trivial do anúncio, porém, desaparece por completo quando observados mais perto quais são os novos aplicativos que a gigante do software decidiu embutir no renovado Lotus Notes, fruto da aquisição da Lotus, comprada onze anos atrás.
A versão 8 do programa leva a IBM a concorrer em uma arena até agora alheia às suas operações: o bilionário mercado de sistemas de produtividade de escritório, um setor praticamente dominado pela Microsoft e seu pacote Office, a família que integra ferramentas como Word, Excel e Power Point. Em sua investida, a IBM não pretende cobrar um centavo a mais do cliente por incluir em seu pacote de e-mail os programas de planilhas de texto, cálculo e apresentação de slides, além de uma ferramenta para troca de mensagem instantânea, como o Messenger, da Microsoft. A licença do Lotus continuará a ser vendida com o preço de US$ 150 por usuário, diz Ricardo Rossi, gerente da divisão de Lotus da IBM Brasil.
Na Microsoft, a versão mais simples do Office 2007 tem preço sugerido de R$ 399. O pacote completo sai por R$ 1.599.
Em sua embalagem, a IBM chama a atenção para o "efeito colaborativo" que as tecnologias de produtividade têm gerado. Marco Bravo, diretor da área de software da IBM Brasil, fala sobre a "integração natural" entre o sistema de gestão de e-mail e as ferramentas de escritório. "Ampliar essa experiência de colaboração é a prioridade. Por isso esses aplicativos não poderiam ficar fora do Lotus."
Mas a IBM não é a única que decidiu entrar na briga pelo mercado de sistemas de produtividade. Na segunda-feira, o Google fechou uma parceria global com a Sun Microsystems para que seus milhares de usuários possam baixar, gratuitamente, o pacote Star Office, família de sistemas de escritório da Sun baseada em software livre. Hoje o Star Office é vendido no Brasil por US$ 90 a licença, para usuários que comprarem equipamentos da Sun. A empresa vende pacotes mínimos de cinco licenças. Agora, basta ser cadastrado no Google para baixar o Star Office.
Há alguns meses, o Google tem tentado nadar na praia da Microsoft, oferecendo gratuitamente seus próprios aplicativos de escritório.
Com sistemas de produtividade, IBM avança sobre a Microsoft - Valor Econômico - Nacional – NA - p.B1: Empresas - 2007-08-15
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