Análise realizada pela CloudFlare, empresa que oferece serviços de armazenamento e rede de fornecimento de conteúdo (CDN, na sigla em inglês), tendo como base seus gastos com consumo de banda, traça um panorama do custo médio para a compra de largura de banda, conhecida como trânsito na internet, ao redor do mundo.
Para operar, a CloudFlare compra largura de banda a partir de um número de provedores diferentes. A taxa paga por essa banda varia de região para região em todo o mundo. Em alguns casos, compra de um provedor de nível 1. Em outros casos, a empresa compra de provedores de trânsito regionais que, ou disponibilizam as redes que precisa para atingir diretamente (ignorando qualquer Tier 1) o usuário, ou interligar-se com outros provedores de trânsito.
A CloudFlare compra trânsito por atacado, com base na capacidade do que usar em determinado mês. Ao contrário de alguns serviços em nuvem como Amazon Web Services (AWS) ou CDNs tradicionais que faturam por bits individuais entregues através de uma rede, a empresa paga por uma utilização máxima por um período de tempo (chamado de fluxo). Normalmente, ela paga com base no número máximo de megabits por segundo usados durante um mês em um determinado provedor. Em outros casos ela faz acordos de peering — 'troca' de tráfego de dados na Internet, sem pagamento.
Com base nisso, a CloudFlare comparou os preços para acordos de trânsito nas várias regiões do mundo. De acordo com o estudo, o custo relativo da banda — assumindo um custo de trânsito de referência de US$ 10 por megabit por segundo (Mbps) ao mês — é mais alto na Austrália e mais barato na Europa. O preço efetivo do Mbps/mês pago pelo trânsito na América Latina, inclusive no Brasil, está entre os mais caros do mundo. Na comparação com os Estados Unidos, onde o preço do trânsito é de US$ 8, o custo do tráfego efetivo por Mbps/mês na região é quatro vezes mais, de US$ 32. Em relação à Europa, cujo preço é de US$ 5, o custo do tráfego é mais de seis vezes maior.
Apesar disso, a região é onde mais fácil se fazer acordos de peering, ao contrário da América do Norte, que, embora tenha um dos preços de trânsito mais baixos no mundo, é a que tem uma das mais baixas taxas médias de peering. Na verdade, o país com o "ecossistema" de peering mais robusto é o Brasil, que também é o país com a maior fonte de tráfego na região. Na Europa, embora o preço do trânsito seja similar ao da América do Norte, a taxa de peering é significativamente maior que a da região, mas menor que no mercado latino-americano.
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