Uma família literalmente apaixonada por tecnologia. Na casa onde moram quatro pessoas há cinco computadores, quatro palm-tops, cinco televisores, três DVDs e cinco aparelhos de MP3.
“Eu lembro que quando tinha 4 anos meu pai me levava pra frente do computador, pra brincar de um jogo que ele chamava de 'maquininha'. Era para mexer no Windows. Acho que com uns 8 anos eu aprendi quase tudo de computador.
A moda na família é trocar eletrônicos antigos pelos mais modernos. “Eu mesma decidi que este ano não ia ter televisão no quarto, computador no quarto, porque venho de um período em que cada um tem seu computador e sua televisão. Só que não tem como. Acabei comprando um laptop na semana passada porque o meu não tinha bateria, não dava pra ter essa portabilidade”, afirma a médica Gisele Sampaio Fernandes.
A queda do dólar e a facilidade de pagamento estimulam o consumo de eletrônicos, principalmente de computadores e celulares. No Dia dos Pais, por exemplo, as lojas devem ter um aumento de 8% nas vendas desses produtos.
Mas com tanta gente comprando novos produtos, para onde vão os antigos, que não servem mais? Segundo os professores de química da Universidade de Brasília (UnB), Denise Imbroisi e Antônio Guarita, o descarte de eletrônicos no lixo comum prejudica o meio ambiente e a população. Os metais utilizados na fabricação dos produtos podem ser perigosos.
“Se você tem um tubo de televisão, por exemplo, quando esse tubo é quebrado pode afetar o solo e um lençol freático, e acabar contaminando o ser humano por conta disso”, explica Denise.
O mercúrio, contido em lâmpadas, pode causar problemas de estômago, distúrbios renais e neurológico. Além de alterações genéticas. O cádmio presente nas baterias de celulares causa câncer, afeta o sistema nervoso, provoca dores reumáticas e problemas pulmonares. Já o zinco, usado na galvanização do aço dos computadores, pode provocar vômitos, diarréias e problemas pulmonares.
O manganês, usado em ligas metálicas de computadores, desencadeia anemia, dores abdominais, vômito, impotência e tremores nas mãos. O cloreto de amônia, produto encontrado nas pilhas, pode causar asfixia. E o chumbo, usado para soldar os componentes eletrônicos, provoca irritabilidade, tremores musculares, lentidão de raciocínio, alucinação e insônia.
“Enquanto o material está em estado sólido, por exemplo, uma placa de circuito impresso, que tem uma série de metais tóxicos, se for pra fazer a disposição, deveria ser feita em um aterro industrial. Aqui na nossa região não há um local pra fazer essa disposição”, afirma Antônio.
Fonte GLOBO.COM
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