As atividades de espionagem das comunicações da população e de chefes de governo europeus da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, que vieram à tona na última semana, além do risco de desdobramentos políticos imprevisíveis, poderá levar também à suspensão do acordo Swift entre os EUA e os membros do bloco europeu.
A rede Swift, maior mecanismo de serviços de mensagens financeiras, prevê a troca de informações bancárias entre as partes para o combate ao terrorismo.
A decisão pode ser tomada na reunião de representantes europeus com os norte-americanos, que começou nesta segunda-feira, 28, e vai até quarta-feira, 30 em Washington, nos EUA. O encontro visa esclarecer as atividades de monitoramento de comunicações da população e de chefes de governo europeus.
De acordo com denúncias feitas pela imprensa internacional, houve espionagem na França, na Alemanha e na Espanha.
Os chefes de governo de todos os países expressaram insatisfação em relação às suspeitas e cobraram explicações do governo americano. Na sexta-feira, 24, durante encontro entre líderes europeus em Bruxelas, na Bélgica, foi decidido e envio de uma delegação da União Europeia aos EUA.
De acordo com o chefe da delegação, o membro do Comitê de Liberdades Civis do Parlamento Europeu Claude Moraes, a prioridade do encontro é reunir informações relevantes e evidências de fontes americanas. "Teremos a oportunidade de discutir diretamente com os EUA as supostas atividades de monitoramento de autoridades norte-americanas e qualquer impacto que podem ter em temos de violação do direito fundamental à privacidade que os cidadãos europeus têm", disse.
"Os direitos dos cidadãos europeus não podem ser tratados como de menos importância do que os [direitos] dos [cidadãos] norte-americanos", observou o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, Elmar Brok, membro da delegação.
Os representantes da União Europeia vão à Casa Branca na quarta-feira para um encontro com a diretora sênior para Assuntos Europeus do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Karen Donfried. Em seguida, a delegação europeia vai às Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Com informações da Agência Brasil.
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