Uma das leis mais essenciais em um país democrático como o Brasil é o direito à liberdade, garantido inclusive pela constituição. Isso significa que cada brasileiro é livre para pertencer a qualquer rede social e emitir, sem direito a retaliação ou censura, todas as suas opiniões, desde que não ofenda a terceiros.
A princípio tudo parece muito simples e correto, entretanto esse é um assunto muito mais complexo do que aparenta ser. As redes sociais possuem tantos usuários que praticamente todas as empresas as utilizam de alguma forma, seja como estratégia de divulgação, como um termômetro da imagem que o público tem da organização e até mesmo acompanhar as tendências e opiniões da grande massa.
E quando é o departamento de Recursos Humanos que utiliza as redes sociais para monitorar seu quadro de funcionários ou definir uma contratação?
Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma prática em algumas organizações, principalmente do setor público, que não se satisfazem em somente olhar o perfil do candidato nas redes sociais, elas chegam a pedir que a pessoa acesse a página durante o processo seletivo para que o avaliador tenha acesso a todas as informações. Já aqui no Brasil temos companhias que exigem que o funcionário recém contratado assine um termo garantindo que não fará qualquer reclamação da empresa nestes meios.
Pesquisa realizada pela AVG Technologies com 230 profissionais de Recursos Humanos descobriu que 50% deles levam em consideração o que os candidatos postam nas redes sociais antes de definir uma contratação.
O assunto é polêmico e vale a discussão. De um lado encontramos o usuário que defende sua liberdade para publicar qualquer tipo de conteúdo de sua vida pessoal. Do outro lado temos os gestores de Recursos Humanos que acreditam que analisar as redes sociais é uma maneira de conhecer melhor o candidato e verificar se ele se adequa ao perfil da empresa.
Entendo que o caminho certo é encontrarmos um equilíbrio entre ambas as partes, ou seja, o gestor deve desvincular e respeitar ao máximo a vida pessoal de um funcionário, desde que o conteúdo não prejudique a imagem da empresa. Se faz necessário entender que o profissional está ali para desempenhar determinada função e que recebe um salário de acordo com os resultados que apresenta, por isso a avaliação de cada um deve ser baseada no desempenho de suas funções.
Por outro lado gostaria de saber se você contrataria um candidato que criticasse nas redes sociais a sua empresa ou um produto/serviço que ela oferece? Por exemplo, faz sentido contratar um vendedor de automóveis que não gosta de carros? O profissional precisa estar atento a esses detalhes. O que é publicado em suas redes sociais pode ser visto por centenas de pessoas e o comportamento dele pode arranhar a imagem de uma marca.
As redes sociais hoje contam com bilhões de pessoas no mundo e são usadas para diversas finalidades, seja pessoal ou corporativa. O fato é que elas são fontes de informação para os departamentos de Recursos Humanos e cabe a cada profissional analisar o que pode ou não prejudicar sua carreira.
Claudio Gandelman é fundador e CEO do Teckler, rede social que remunera os internautas pelo conteúdo produzido.
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