O McAfee Labs, que reúne mais de 350 pesquisadores multidisciplinares e analistas de segurança da informação, divulgou essa semana o relatório Digital Laundry ("Lavanderia Digital") que demonstra como os cibercriminosos vêm usando as moedas on-line para lavagem de dinheiro.
Antes de ter suas operações encerradas, o serviço de moeda digital Liberty Reserve foi usado para lavar mais de US$ 6 bilhões, quantia que representa o maior caso internacional de lavagem de dinheiro da história.
Porém, o Liberty Reserve não é a única moeda digital usada por criminosos e a proliferação desses serviços alimenta o crescimento de cibercrimes. O uso dessas moedas vai além da propensão à lavagem de dinheiro, pois incluem também ataques direcionados em câmbios financeiros e malwares desenvolvidos para atacar carteiras digitais.
As moedas digitais são consideradas confiáveis, instantâneas e anônimas. Mesmo quando questões de privacidade foram levantadas em relação a moedas específicas (notadamente o Bitcoin), o mercado respondeu com extensões para oferecer um anonimato maior. Na análise do McAfee Labs, a resposta do mercado é um ponto importante, porque, independente das ações das autoridades contra as empresas de moedas virtuais, os "usuários" de tais serviços identificam rapidamente novas plataformas para lavar seu dinheiro.
Há ainda um processo que permite a produção de moedas digitais, conhecido como "mineração", embora no início as pessoas usassem seus próprios recursos para produção de moedas digitais.
Em junho de 2011 um gerador de Bitcoin permitiu que sites com grande tráfego usassem computadores visitantes para produzir as moedas digitais.
Os visitantes não eram informados disso em todos os casos, criando bots (robôs) maliciosos.
O Banco Central Europeu indica diferenças básicas entre as moedas virtuais e os esquemas financeiros eletrônicos. O dinheiro eletrônico usa uma unidade de valor tradicional e regulamentada; as moedas digitais não são regulamentadas e usam um dinheiro "inventado".
A facilidade é um dos maiores benefícios das moedas digitais e do dinheiro eletrônico, adquiri-las em certos serviços de câmbio podem exigir processos de registro, mas, em alguns casos para comprar as moedas basta fornecer fundos.
A moeda digital do momento é o Bitcoin, que combina criptografia com uma arquitetura peer-to-peer, o que dificulta a identificação de usuários suspeitos e a obtenção de registros de transação. Ainda sim, essa descentralização não é livre de vulnerabilidades.
As tentativas de fechar os serviços de moedas digitais tem resultado em criminosos simplesmente mudando seus negócios para outros locais. Apesar de ser uma proposta atraente para os cibercriminosos, autoridades globais estão trabalhando juntas, internacionalmente, e com o setor privado para identificar e prender os indivíduos que operam tais plataformas.
"As moedas virtuais não vão desaparecer. Apesar dos desafios aparentes apresentados pelos ataques DoS (negação de serviço), do uso desses serviços de câmbio para lavagem de dinheiro e da facilitação do cibercrime, também há muitas oportunidades para usos legítimos.
Ignorar essa oportunidade de mercado pode custar aos possíveis investidores legítimos um faturamento significativo, mas o fracasso em lidar com os riscos em potencial podem custar muito mais", ressalta Raj Samani, vice-presidente e CTO (Chief Technology Officer) da McAfee para a região EMEA.
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