Wednesday 3 July 2013

Segurança x rapidez da informação: o dilema na era da consumerização

A utilização de dispositivos móveis, às vezes pessoais, no ambiente corporativo é uma realidade. Hoje, em muitas empresas, ou fora delas – durante folgas ou em home office –, vemos colaboradores usando dispositivos móveis, tais como, tablets, smartphones, netbooks e notebooks, como ferramentas de trabalho. Isso é tão corriqueiro, e ao mesmo tempo impactante, que a prática já tem até um nome: consumerização.

O fenômeno da consumerização, que segundo algumas literaturas, deriva do termo BYOD (bring your own device, ou traga seu próprio equipamento, em tradução livre) é suportado pela flexibilidade e alta capacidade da computação móvel. Rapidamente, profissionais tornam-se mais produtivos, respondendo e-mails, acessando informações e executando aplicativos praticamente de qualquer lugar. Este cenário contribui para uma situação win-win, reduzindo os custos organizacionais e aumentando a satisfação do usuário final.

Recente pesquisa divulgada pelo Gartner Group mostra que até 2015 o número de funcionários que usam dispositivos móveis no local de trabalho vai dobrar. Além disso, o levantamento aponta que em 2017 metade de todas as empresas vão exigir que os colaboradores utilizem seus próprios dispositivos para o trabalho.

A consumerização atinge empresas e governos de todos os tamanhos. Porém é mais prevalente em organizações de médio e grande porte, com receitas entre US$ 500 milhões e US$ 5 bilhões, e com um número de funcionários entre 2.500 e 5.000.

A preparação para a consumerização envolve muitas questões. O empresário deve subsidiar parte do aparelho? Ou apenas pagar um plano de dados? Como fazer com que essa mistura entre pessoal x profissional não atrapalhe o rendimento? E se o dispositivo for roubado ou perdido? Como calcular o que é hora extra de trabalho ou não? Enfim, muitos são os temas que ainda devem ser tratados para a plena utilização de dispositivos móveis no ambiente de trabalho ou fora dele.

Mas o maior problema para os empresários, e principalmente para os profissionais da área de Tecnologia da Informação, está na segurança de dados e de informação, especialmente nessa nova era de serviços compartilhados e cloud computing.

A consumerização é um movimento sem volta, e os gestores devem criar controles que garantam a segurança. Com dispositivos móveis, as informações têm um fluxo mais rápido, mas, ao mesmo tempo, essas informações, que podem ser sigilosas, acabam por ficar mais vulneráveis. Por isso, torna-se vital proteger os dados por meio da adoção de sistemas de controle da informação, políticas de segurança, códigos de ética e treinamento dos colaboradores. É essencial que a área de TI especifique quais plataformas serão suportadas; quais as responsabilidades e os riscos; avaliar sistemas operacionais; oferecer ferramentas e programas de proteção de dados, entre outras definições.

É muito importante que os gestores entendam os impactos dessa nova realidade, ponderem os riscos e oportunidades que a prática propicia, criem controles que mitiguem os riscos e conscientizem os colaboradores da empresa.

Os executivos devem entender que a evolução da tecnologia favorece seus negócios. A Tecnologia da Informação mudou a forma de as pessoas se comunicarem e, portanto, de fazerem negócios. As empresas precisam incorporar isso, se modernizar e tornar essa realidade uma vantagem competitiva que será primordial para alavancar resultados.

Marcelo de Angelo, diretor de Risk Consulting da KPMG no Brasil


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