Tuesday 12 June 2012

Leilão de 4G abre caminho para a banda larga ultrarrápida no país

O governo realiza nesta terça-feira (12) um leilão que definirá o futuro da banda larga ultrarrápida na rede de telefonia celular, a chamada rede 4G - que, na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, será ao menos 20 vezes mais rápida que a atual rede 3G.
A faixa de frequência de 2,5 gigahertz foi selecionada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para permitir a transmissão de dados sem fio em alta velocidade no país. O leilão também engloba a licitação da faixa de 450 MHz para a oferta de serviços de voz e dados em áreas rurais.


A partir das 10h, a agência vai abrir, analisar e julgar as propostas de preço para a licitação de 4G. Os seis participantes são os grupos Claro, Oi, TIM, Vivo, Sky e Sunrise Telecomunicações - empresa de TV paga adquirida recentemente pelo fundo de investimento do bilionário húngaro George Soros.

A evolução do acesso móvel à internet começa a ocorrer em abril de 2013 nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte) e nas sedes e subsedes da Copa do Mundo de 2014, a partir de dezembro de 2013. Veja ao lado as datas previstas para a chegada do serviço 4G no país.

A banda larga ultrarrápida entrou em operação em 2006, na Coreia do Sul, por meio da tecnologia WiMax, migrando posteriormente para o padrão Long Term Evolution (LTE), que permite downloads de 100 megabits por segundo (Mbps) no acesso móvel. Hoje, segundo a consultoria ABI Research, há mais de 40 redes 4G em operação no mundo, que vão conectar 61 milhões de dispositivos móveis até o fim deste ano (a maior parte smartphones), chegando a 100 milhões em 2013.

A experiência real dos serviços 4G, no entanto, depende da estrutura da rede e do número de usuários que compartilham o sinal em determinado momento. “Além disso, as operadoras costumam estabelecer um limite à velocidade de acesso para garantir uma navegação uniforme. Então mesmo que somente uma pessoa esteja acessando a internet em um determinado local, a velocidade não vai atingir 100 Mbps, por exemplo”, explica Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

Quando chegar ao país, a tecnologia LTE permitirá que o internauta brasileiro faça o download de uma foto em 1 segundo ou baixe uma música em 2 segundos, em seu smartphone, tablet ou com um modem 4G portátil no computador. A previsão se baseia em uma oferta local nas velocidades entre 5 e 12 megabits por segundo (Mbps) estimada pelas consultorias Teleco e IDC Brasil. Confira abaixo o gráfico comparativo de velocidades de acesso entre os serviços 4G, 3,5G e 3G.

A velocidade real estimada para as redes 4G representa um acesso de 20 a 40 vezes mais rápido, em média, do que o alcançado com as atuais redes 3G – entre 256 kilobits por segundo (Kbps) e 1 Mbps.
No edital do leilão de 4G, a Anatel não define as velocidades de acesso que devem ser oferecidas pelos prestadores da banda larga de quarta geração na frequencia de 2,5 GHz. Já nas áreas rurais, pela frequência de 450 MHz, as empresas serão obrigadas a oferecer acesso à internet com taxas de transmissão de 256 Kbps de download e 128 Kbps de upload, no mínimo.


O empresário Breno Masi, de 29 anos, já vem sentido a diferença entre as redes 3G e 4G desde meados de março, quando comprou o novo iPad, da Apple, e adquiriu um plano de banda larga nos Estados Unidos. “Hoje, o iPad com 4G é um parceirão”, diz o executivo da área de tecnologia, que usa o tablet com plano de US$ 50 mensais da AT&T para trabalhar em suas viagens mensais ao exterior. “Consigo fazer uma videoconferência, enquanto continuo trocando e-mails e navegando, numa boa, sem prejudicar a transmissão”, afirma.


Em um comparativo feito no Central Park, em Nova York, com o aplicativo SpeedTest, Masi registrou uma velocidade de acesso de 31 megabits por segundo (Mbps) de download e 15,25 Mbps de upload no acesso 4G pela operadora AT&T.


Dependendo da localidade, a espera do consumidor brasileiro pela banda larga móvel pode ser longa - até dezembro de 2019 - já que o cronograma da Anatel exige tanto a atualização para a oferta do acesso 4G como a obrigatoriedade de acesso 3G ou em tecnologia equivalente em todo o país. O leilão desta terça-feira também engloba faixas de frequência de 450 MHz destinadas ao acesso à internet em áreas rurais.

Internet 4G (Foto: Arte/G1)

3,5G, tecnologia intermediária
Enquanto espera pelas redes móveis de quarta geração (4G), o consumidor brasileiro que optar por um aparelho compatível com a tecnologia High Speed Packet Access Plus (HSPA+) pode experimentar uma navegação mais rápida em relação ao 3G, nas redes das operadoras que já fizeram uma atualização para o 3,5G.

O novo iPad e o recém-lançado smartphone Samsung Galaxy S3 estão entre os exemplos de dispositivos vendidos no Brasil que são compatíveis com a tecnologia. "Agora com o 3,5G consegui navegar em um pico de velocidade de 5 Mbps de download e 1 Mbps de upload", conta Masi, que possui plano de dados da Vivo em seu tablet.

A tecnologia já está disponível nos pontos de acesso 3G da Vivo, no território brasileiro e também é oferecida em 964 cidades pela operadora Claro, desde o final de 2011. A TIM ativou o 3,5G em algumas regiões da cidade de São Paulo e a Oi ainda não tem data para oferecer o serviço, embora sua rede já esteja atualizada para o HSPA+ em 16 cidades.


Enquanto a tecnologia intermediária exige uma atualização de software das redes, a evolução para o serviço 4G requer uma nova infraestrutura para a oferta de dados. "Toda a parte de infraestrutura acaba sendo nova, então se deve começar a trabalhar do zero. Esse é o grande desafio de uma rede 4G hoje, porque a operadora, que é responsável por bancar a infraestrutura, tem que começar em todos os pontos que tem cobertura, e instalar uma rede nova", explica Rodrigo Ayres, gerente da LG no Brasil.

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