Qualidade de dados é a “bola da vez” na maioria dos projetos de gerenciamento de informação e business intelligence nas empresas em todo o mundo. O tema que há quatro anos era tratado como uma tendência de implementação dentro do planejamento de médio e longo prazo nos planos de TI das empresas, agora é tratado como prioridade.
A gestão da qualidade de dados era tratada de forma pontual nas empresas para apoiar as ações de contatos a clientes, principalmente para atender demandas das aplicações de database marketing e manutenção de cadastros, objetivando ações de campanhas e envio de cobranças.
Com as novas demandas legais de regulamentações específicas de cada segmento de indústria, certificar e auditar bases de dados demandou, por parte das empresas, ações de monitoramento constante da qualidade das informações geradas nos atendimentos e operações. Somando-se às questões legais, os vários casos de fusões e aquisições demandaram o uso de metodologia e ferramentas de qualidade de dados para integrar sistemas. Mas a grande tendência de mercado que motivou a priorização em projetos de qualidade de dados foi a mudança de estratégia de grande parte das empresas, cujo foco de atuação agora é orientado a clientes.
Embora isso pareça ser uma transformação simples, a mudança demanda novos processos, indicadores e ferramentas para os gestores entenderem o perfil e o comportamento dos seus clientes, além de trabalhar bases externas que estudam o perfil do consumidor dentro do seu mercado de atuação. Projetos tradicionais de BI que eram focados em indicadores de performance dos seus produtos agora precisam ser remodelados para atender indicadores de comportamento dos clientes e consumidor. Diante da mudança deste foco, aplicações de CRM, Database Marketing e Call Center tiveram seus investimentos priorizados.
Diante deste cenário, ter a visão consolidada do ativo de clientes e suas relações com a companhia torna-se fundamental. Partindo desta premissa, a área de TI é requisitada para viabilizar esta “visão única” a fim de subsidiar as aplicações, indicadores e processos que irão sustentar todas as ações estratégicas de marketing e vendas da empresa, entretanto, é neste ponto que os problemas começam a acontecer.
Poucas empresas estão preparadas para este tema e a falta de maturidade em projetos de qualidade de dados pode trazer atrasos em todo um plano de negócios que a empresa visa executar. Metodologia de qualidade de dados e MDM (master data management) são disciplinas que orientam projetos bem sucedidos de visão única de clientes. Além das metodologias, softwares voltados para monitoramento e tratamento da qualidade dos dados criam a infraestrutura necessária para viabilizar esta missão.
Por ser um tema recente no segmento de TI, as empresas possuem diversas dúvidas, tais como: Preciso implementar um “MDM”? MDM é uma metodologia ou uma ferramenta? Meu “BI” está preparado para trabalhar dados de clientes de forma adequada? Como “encaixo” o subset de visão única de clientes dentro do meu DW atual? Tenho que refazer o meu DW? Como posso manter uma base única de clientes garantindo todas as regras de qualificação? Tenho que alterar o meu sistema legado? Base única de clientes é pré-requisito para implementar uma aplicação de CRM?
É importante entender que projetos de qualidade de dados e MDM demandam um conhecimento específico e que necessitam de preparação e planejamento por parte das empresas. Conhecimento da metodologia, softwares de apoio e preparação de equipe para este tema são fatores de sucesso.
Laurier Soares, Consultor de Negócios da MD2 Consultoria
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