Wednesday, 26 September 2012

CloudComputing: uma moda, uma tendência ou mais uma sopa de letrinhas para enlouquecer os executivos

Presente em todos os lugares que olhamos, em todos os sites e encartes que lemos, o assunto do momento é só: CloudComputing. Nuvem pública, nuvem privada, fornecedores nacionais, internacionais, redução drástica de custos, aplicações na nuvem, infraestrutura na nuvem. Afinal o que é isso?


Sempre que aparece algo novo temos um grupo de profissionais que se diz na vanguarda e acreditam que o novo é o melhor e pregam que tudo que existia antes não era bom. Um outro grupo de profissionais conservadores diz que o novo é modismo, coisa de consultor querendo vender e que não vai durar muito tempo para desaparecer.


Se pensarmos, vamos lembrar de várias situações semelhantes. Não muito tempo antes da bolha da internet estourar, tínhamos a impressão que o mundo real deixaria de existir e tudo seria virtual. Empresas que mal acabaram de nascer valiam mais que gigantes centenárias; por outro lado, quando a bolha estourou todo mundo achou que a internet seria apenas coisa para a molecada ou no máximo uma nova mídia para a área de marketing. Tanto antes do estouro como depois, a maioria errou...


Todo começo de uma nova tecnologia gera fortes e importantes mudanças. Todo mundo corre para um lado e depois para o outro até que o mercado e a sensatez apareçam e levem as coisas para o seu devido lugar.


Com o Cloud não será diferente. Hoje, todo mundo diz que processamento, infraestrutura, aplicações e tudo mais existente em todos os lugares estão forçosamente fadados a migrarem para a nuvem, certo? Não acredito!


Vamos olhar com os olhos que esta nova tecnologia merece ser olhada e entender o que de fato vem a ser Cloud Computing. E veremos que não é nada assim tão novo.


Há anos atrás, existiam os computadores de mesa, os desktops, ligados às redes internas das empresas e essas ligadas a servidores, que podiam ser os main frame ou os de mid range.O fato é que só tinham acesso às aplicações os usuários que estavam dentro das redes nas empresas.


A necessidade das empresas trocarem dados e informações (os bancos foram os precursores do fornecimento de acesso as suas redes) fez com que elas se conectassem através de links dedicados, na maioria das vezes caros, lentos e pouco confiáveis.

Com a consolidação da Internet há 15 anos, a necessidade dos links dedicados desapareceu e a facilidade em trocar informações e dados entre empresas de qualquer lugar do mundo tornou-se trivial.
Outra solução que trouxe uma importante redução nos custos das empresas foi migrar suas aplicações e servidores para DataCenters dedicados.

De imediato, reduziram-se os investimentos com equipe de operação, equipamentos e licenças e veio a liberdade para as empresas crescerem de maneira mais fácil e simples.


Popularizaram-se os conceitos hosting e colocation. Basicamente, alocação de toda a infraestrutura para o primeiro e alocação de espaço fisico, links de comunicação e energia elétrica para o segundo.


Infelizmente estas mudanças não ajudaram todas as empresas. Para as médias e pequenas, o cenário não mudou muito: os custos de migração das suas aplicações para um DataCenter continuava proibitivo. O proibitivo vinha do fato das empresas menores terem que investir muito em um ambiente muito maior do que suas necessidades. Diferente das empresas grandes, as médias e pequenas não possuíam tanta aplicação para ocupar a infraestrutura mínima que os DataCenters comercializavam.


O primeiro passo para mudar esta situação para as pequenas e melhorar ainda mais a situação das grandes foi a popularização da virtualização dos servidores e a comercialização dos softwares no modelo on demmand, conhecidos como Software as a Service (SAAS).
Quanta palavrinha nova.O que vem a ser virtualização?


De maneira simples, se fosse possível pegar vários servidores, colocá-los lado a lado e ligá-los, juntando sua capacidade de memória, armazenamento e processamento como se fosse uma máquina só. É exatamente isso que as aplicações de virtualização fazem com uma diferença: as máquinas podem estar fisicamente em várias partes do mundo.


Os Softwares as a Service nada mais são do que pagar um aluguel mensal pelo uso dos sistemas operacionais , banco de dados, entre outros, ao invés de pagar altos valores pela compra das licenças.
Mas isso é cloud computing? Ainda não!


Lembra que falamos como funciona a virtualização?


Imagine que, ao invés dos servidores estarem fisicamente um ao lado do outro eles estão espalhados em alguns datacenters no mundo, interligados pela internet, e neles estejam instalados estes softwares de virtualização e a sua aplicação espalhada por esses servidores. Esse é o conceito de nuvem: aplicações e sistemas divididos em vários ambientes, proporcionando uma importante redução de custos para empresas por pagarem apenas aquilo que utilizam e, fundamentalmente, uma altíssima disponibilidade das aplicações por elas estarem divididas em vários servidores ao redor do mundo.

Alberto Marcelo Parada é formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em Gestão de Projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPMBraxis, Fidelity, Banespa, entre outras, e atualmente integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP e é Diretor de Projetos Sustentáveis da Sucesu-SP

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