Monday, 24 September 2012

Servidor é preso em flagrante espionando colegas na ABIN

A Polícia Federal prendeu dentro da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) um araponga acusado de espionar os próprios colegas.

No glamour da tela de cinema, agente secreto tem até bordão para se apresentar ou adota um jeito trapalhão de ser para desvendar os maiores mistérios, mas na vida real da comunidade de informações, segredo é a alma do negócio.

Na tarde da última sexta-feira, uma equipe da Polícia Federal entrou na ABIN, a Agência Brasileira de Inteligência, e prendeu em flagrante um servidor da área de informática dentro da sala dele. Acusação? Ele estava espionando os próprios colegas.

O especialista em segurança, Daniel Lorenz, que já foi diretor da Polícia Federal, diz que o caso é muito grave. “A ABIN trabalha com assuntos de segurança nacional, informando diariamente a nossa presidente da República. Recentemente a ABIN fez uma avaliação de risco sobre a Copa do Mundo no Brasil, apontando preocupações, fragilidades do nosso sistema de segurança. Imagine esse tipo de conhecimento nas mãos de um criminoso”.

O episódio ligou uma luz de alerta no Palácio do Planalto. “Imagine que com mais de 200 senhas que foram subtraídas dos verdadeiros usuários e se em cada senha ele acessar dez documentos, são mais de dois mil documentos acessados nesse período”, diz Lorenz.

Mas o agente trapalhão deixou rastros. Os sistemas de segurança da ABIN detectaram uma movimentação estranha no computador dele. Foi quando ele foi preso. O computador e o celular que ele usava já estão sendo periciados. O "espião" conseguiu acesso a cerca de 300 senhas de colegas e entrou em vários arquivos pessoais.

O nome do funcionário está sendo mantido em segredo, mas já se sabe que ele tem 35 anos e entrou na ABIN no último concurso. Veio do interior de São Paulo, mora sozinho e ganhava R$ 6 mil por mês. Agora, vai responder a um processo por quebra de sigilo funcional e pode ser expulso do serviço público. Uma história que, definitivamente, não acaba como as de cinema.

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