Thursday 1 November 2012

Celulares e smartphones já são um quarto das perícias digitais da PF

A “avalanche de dados” não é uma preocupação restrita aos operadores de rede, com sua potencial consequência nos congestionamentos da Internet. Policiais e peritos criminais também buscam saídas para o aumento no volume de informações e mesmo dispositivos – e como separar “pegadas” úteis no oceano de bits.
“Armazenar informação é cada vez mais barato. Computadores já são vendidos com HDs medidos em Terabytes. E a variedade de equipamentos também cresce. Dispositivos móveis, como celulares ou smartphones, já são 26% dos equipamentos que passam pela perícia”, diz Marcos Vinícius Lima, do serviço de perícia em informática da Polícia Federal.


Segundo ele, no ano passado a Polícia Federal analisou 2,23 Petabytes em dados informáticos, armazenados em 58 mil dispositivos. Pouco mais da metade desses dados ainda estão em discos rígidos de computador (56%), mas os telefones móveis já são 26,4%, bem acima dos 10,6% das mídias removíveis.


Ao participar da 9a conferência internacional de perícias em crimes cibernéticos – ICCyber, que acontece em Brasília nesta semana, Lima usou os números para dimensionar a tarefa dos peritos que atuam nessa área. A principal delas é como peneirar informações relevantes nessa infinidade de dados.

Há outras. Os avanços na criptografia que beneficiam a segurança também ajudam criminosos. Se mesmo os peritos se ressentem de dicionários de senhas mais eficientes, reconhecem que o uso de recursos robustos de criptografia podem inviabilizar qualquer investigação.


Não por menos, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, sustentou que “a criminalidade mais difícil de se combater no século 21 é a dos crimes cibernéticos”. “É uma questão que preocupa a todos os governos, no sentido de termos uma legislação penal mais moderna, atualizada. Mas não basta a boa legislação, precisamos de mecanismos de prevenção e investigação.”


Da mesma forma, os investigadores também destacam dificuldades no que chamam de “análise dinâmica” e na detecção de dados em tráfego. Por essas e outras, defendem maior empenho na oferta de ferramentas investigativas. “O Brasil tem muito espaço para o crescimento de uma indústria de software de perícia e segurança”, conclui Lima. Assista os melhores momentos da apresentação do perito da Polícia Federal na CDTV, do Convergência Digital.

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