O potencial do mobile commerce no Brasil pode ser traduzido por uma equação simples: basta somar o crescimento desenfreado do comércio eletrônico, que deve crescer 25% em 2012, ao aumento do número de usuários de smartphones no Brasil, que segundo pesquisa do Ipsos, já passa dos 27 milhões.
Apesar do número alto, não podemos esquecer que vivemos em um país de dimensões continentais, onde 27 milhões de pessoas correspondem a apenas 14% da população. Em outras palavras, existe um gigantesco potencial de crescimento para o mobile commerce em terras tupiniquins e milhares de consumidores que ainda não foram impactados por essa forma de consumo.
A cada dia, aumenta o número de pessoas com celular com acesso à internet e de banda larga móvel.
Há anos atrás, esse mercado era composto basicamente por clientes das classes A e B, em função do alto custo dos aparelhos e dos planos de dados, já hoje em dia, começa a ser "invadido" pela nova classe média, especialmente pela massificação da internet 3G por empresas de telefonia.
O que dificulta o crescimento desse mercado no país ainda são problemas primários de estrutura. O primeiro grande ponto é que a maioria das lojas virtuais, incluindo grandes redes, ainda não tem o enfoque em montar um site voltado ao mercado mobile ou desenvolver um aplicativo. No celular, o carregamento das páginas e o processo de compra devem ser mais ágeis. Se diferenciar nas funcionalidades, como a compra em apenas um clique, pode gerar resultados surpreendentes.
Não adianta simplesmente pegar o site que está pronto e dizer que está disponível para usuários de celular. É necessário criar uma página mais leve, que permita ao usuário segmentar a sua navegação de acordo com seus desejos e comprar em poucos toques. Observamos recentemente uma boa movimentação de algumas redes varejistas que desenvolveram sites nos moldes ideiais para celular, caso da NetShoes, Walmart e Pão de Açúcar.
Esses players tem alcançando resultados acima do esperado com o mobile e, como consequência, saem na frente dos concorrentes na aproximação com o seu consumidor.
A adaptação de conteúdos para diferentes plataformas não deve ser visto como um desafio para empresas e desenvolvedores. Se ajustar a esse novo e promissor mercado é dar um passo a frente, evoluir, ampliar o leque de clientes e gerar mais vendas.
Outro ponto que ainda atrapalha o crescimento do mobile commerce por aqui é a nossa atual (e sofrível) internet 3G. Haja paciência pra acessar a internet pelo celular quando não se tem uma rede wifi por perto! Realizar uma compra então, torna-se uma tarefa ainda mais difícil. Se a internet 4G já chegou ao Brasil, sua popularização ainda depende de incentivos fiscais e aumento da concorrência, que podem resultar em preços mais acessíveis.
Imagine só: navegar na internet pelo celular, com uma conexão rápida e sites desenvolvidos para o mobile. Com o potencial que o Brasil tem, nosso m-commerce cresceria ainda mais. Com isto, o cenário é totalmente positivo. As empresas devem ficar atentas a um mercado que permite ser explorado.
Em 2012, definitivamente, os aparelhos celulares deixam de ser uma forma de comunicação e passam a ser uma plataforma de entretenimento e consumo. Estar preparado para este ambiente será um diferencial.
Fabio Barbosa, co-fundador da MundiPagg
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