O fornecimento de banda larga pela rede elétrica será uma das apostas do governo para encorpar a repaginação de seu programa de expansão da internet rápida.
No começo de 2013, a administração federal apresentará o PNBL 2.0, uma repaginação do PNBL (Programa Nacional de Banda Larga), lançado em 2011 como a principal ferramenta do governo para massificar a oferta de internet veloz no país.
Segundo o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), o programa foi lançado quando a penetração da internet era baixa.
Com o objetivo de universalizar a banda larga, a nova versão do plano vai incluir novas tecnologias e exigir maiores velocidades mínimas de contratação.
Para isso, já iniciará as mudanças neste ano. Será publicado nos próximos dias o decreto com o regime tributário que desonera a infraestrutura para que as teles expandam a rede. O governo abrirá mão de R$ 7 bilhões até 2016.
Depois disso, o ministério publicará uma portaria determinando quais equipamentos de infraestrutura poderão gozar dos benefícios fiscais.
A Folha apurou que, nessa etapa, além de incluir cabos de fibra ótica e antenas, o ministério incluirá os equipamentos de "smart grids".
São medidores inteligentes de energia que permitem o corte remoto da eletricidade, a chamada tarifa branca (cobrança mais cara em horários de pico e mais barata em horários normais) e a oferta de banda larga.
"Vamos considerar os 'smart grids'", afirmou Paulo Bernardo.
A estratégia será impulsionada por uma determinação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), recém editada: até 2014, as elétricas deverão oferecer os novos medidores de energia aos consumidores. Excluindo os equipamentos de iluminação pública, serão trocados 69,9 milhões de aparelhos.
Na avaliação do governo, o "smart grid" será usado em regiões carentes de infraestrutura de banda larga, mas com rede elétrica, como periferias de grandes cidades e o interior do país.
"Há lugares em que podemos fazer [a conexão] com rapidez e muito mais barato se for através de medidor. Na av. Paulista, onde todo mundo tem internet, o medidor não precisa ser uma ferramenta", disse Paulo Bernardo.