Monday, 30 November 2009

Banda Larga Via Satélite de Baixa Órbita

A busca de soluções para a expansão da banda larga tem sido uma constante nos agentes do mercado de telecomunicações. A dimensão dos investimentos necessários a tal expansão, sugerem a necessidade da criação de um PAC das Telecomunicações que busque:

 

  • Universalização geográfica dos serviços de telecomunicações por todo o país, onde em qualquer local deve estar permanentemente disponível telecomunicações em banda larga,
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  • Oportunidade de exercício do multilateralismo do Brasil, oferecendo oportunidade de compartilhamento de uma infra-estrutura satelital cuja cobertura pode estar disponível para 70% da população mundial, especialmente destinados a países em desenvolvimento, nas linhas do equador e dos trópicos,
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  • Mercados específicos que podem ser escolhidos para serem atendidos, desde fins de segurança, de monitoração, como também escolas e hospitais rurais, comunidades distantes, centros de produção, famílias produtoras de alimentos, cidadãos em deslocamento e usuários em geral,
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  • Substituição, alternativa ou complementação a rotas de fibras ópticas ou enlaces de rádio de alta capacidade, que concentra os investimentos geralmente em grandes aglomerados urbanos e dificulta uma cobertura geográfica mais ampla para locais de baixa demanda populacional. Soluções que se utilizam de baixas radiofrequências (450 ou 700 MHz) limitam a capacidade disponível de banda larga,
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  • Reduzir os custos individuais envolvidos na prestação do serviço, onde os investimentos podem ser diluídos entre várias entidades interessadas. Esta proposição já ocorreu com a implantação do Serviço Móvel Pessoal – SMP em todos os municípios do Brasil, onde cada licenciada construindo 25% da rede em municípios com menos de 30.000 habitantes e usufruindo 100% dela, recuperando a perda nas receitas pelo retorno a ser obtido na exploração do serviço nas grandes cidades, adicionado ao fato do Estado participar em parte dos custos, vem viabilizando todo um empreendimento.
  • O Projeto SABOR

    Buscando atingir a amplitude do acima exposto, foi criado o Projeto Sabor – PAC das Telecomunicações via Satélites de Baixa Órbita, que passamos a descrever.

    O projeto trata de utilizar as frequências disponíveis para o IMT-2000 e IMT-Advanced, padronizadas universalmente, diretamente transmitidas e recebidas por satélites circulando em baixa órbita (LEO – Low Earth Orbit) sendo acessado direta ou indiretamente por dispositivos fixos ou móveis de usuários de banda larga.

    A novidade encontra-se no fato dos satélites não necessitarem de uma subfaixa dedicada, destinada a transmitir ou receber os sinais, mas utilizar o que existe destinado e consignado nos diversos países que optaram pelo padrão mundial do IMT (International Mobile Telecommunications) especificado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações),

    A ação inventiva decorre do fato dessas subfaixas de radiofrequências poderem ser utilizadas diretamente por usuários individuais do serviço móvel ou fixo, diretamente (contando ou não com um adaptador) ou indiretamente por meio de um reforçador ou retransmissor, uma vez que o satélite comporta-se como uma estação rádio base (ERB) utilizado nas redes de telecomunicações, cujas autorizadas ou licenciadas podem compartilhar uma determinada subfaixa de radiofrequências com quaisquer outras autorizadas ou licenciadas,

    A aplicação industrial que dela decorre permite que toda a área geográfica de cobertura do sinal satélite possa ser utilizada para telecomunicações, eliminando ou reduzindo substancialmente a carência hoje existente para que áreas geográficas sem cobertura celular possam ser adequadamente atendidas.  A possibilidade de análise pela rede da identidade do usuário, da autorizada do serviço a que ele pertence, a detecção de eventual fraudes e a adequada bilhetagem e cobrança dos valores correspondentes ao uso, resultante de processo de compartilhamento de infra-estruturas, permite que qualquer usuário, mesmo aquele visitante, pertencente a outras licenciadas de outras regiões ou países, possa ser adequadamente tratado.

    A prestação do serviço móvel e o satélite utilizam-se de várias facilidades, tais como:

    • o conceito de usuário visitante, utilizando um código provisório,
    • a possibilidade de compartilhamento de radiofrequências por várias licenciadas do serviço,
    • a possibilidade de um satélite possuir condições de cobertura com potência de sinais diferenciados,
    • a tecnologia CDMA possibilita alcances variáveis função de tráfego e potências do sinal,
    • a existência de uma determinada subfaixa pode estar disponível em qualquer lugar e passível de acesso compartilhado, mediante determinados procedimentos por quaisquer licenciadas do serviço,
    • a possibilidade de se utilizar essa subfaixa de forma flexível, discriminando a origem da licenciada, as diferentes aplicações e as diferentes formas de cobrança, direcionando o usuário como bem desejar.

    Essas facilidades combinadas permitem vislumbrar uma nova forma de atingir diversos segmentos de mercado hoje inviáveis de serem atendidos de forma economicamente viável, com as atuais aplicações no estágio de arte da tecnologia.

    A longevidade do projeto pode ser garantida tanto pelo tempo de vida útil dos satélites que permite atualização a cada ciclo de vida, como a visão de longo prazo existente na evolução tecnológica, que pode ser iniciada com W-CDMA e, em torno de cinco anos, evoluir para OFDMA, garantindo adequado atendimento a usuários e redes que migram para tecnologias mais avançadas, mas mantém compatibilidade com as anteriores.

    Nelson Mitsuo Takayanagi

    Gerente Geral de Comunicações Pessoais Terrestres da Anatel

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