Marcado por várias idas e vindas no Congresso Nacional, o substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao projeto de lei da Câmara (PLC 84/99), que criminaliza os delitos praticados por meio da internet deve ser totalmente rejeitado na Câmara dos Deputados.
A avaliação é do deputado federal Júlio Semeghini (PSDB-SP), relator na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.
O substitutivo, que ficou conhecido como "Lei Azeredo", tipifica as condutas no uso de sistema eletrônico, digital ou similares, de rede de computadores, ou que sejam praticadas contra dispositivos de comunicação ou sistemas informatizados.
Críticos do projeto chegaram a classificá-lo como "AI-5 digital".
"Não mereceria ser aprovado um projeto de lei desses. E não será. Não se preocupem", afirmou o deputado durante a Campus Party 2010, evento de tecnologia que também debate assuntos relacionados à internet.
"Nós fomos alertados e nós estamos achando que realmente não é o momento de aprovar com dúvidas, principalmente em relação ao texto e à forma como ele estava sendo colocado. Esse projeto está sendo reduzido a dois, três tópicos", disse o deputado.
Paralelamente à tramitação do projeto na Câmara, o Ministério da Justiça desenvolve, com a participação da sociedade, um marco regulatório da internet brasileira, que aborda os temas abrangidos pelo substitutivo de Azeredo. O texto já passou por consulta pública e ouviu aproximadamente 150 mil pessoas. Agora, espera uma formatação final do governo para ser levado ao Congresso.
"Temos que desenvolver outra proposta que pode ter o jeito do Brasil, defender os interesse nacionais, defender uma legislação avançada, um marco avançado.
Nós podemos ter uma legislação, um marco civil que pode ser um exemplo para o mundo, como é a nossa legislação social, como é a nossa legislação de energia", ressaltou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), um dos principais articuladores do governo no Congresso sobre o tema.
Teixeira avalia, no entanto, que o novo marco regulatório da internet não deverá ser aprovado antes das eleições de 2010. "É necessário ainda passar por um consenso dentro do governo [para o novo marco regulatório ser levado ao Congresso].
Esse consenso dentro do governo não costuma ser rápido. E assim, eu não creio que haja possibilidade de aprovação desse projeto neste ano. Vamos ter apenas quatro meses de processo parlamentar e depois, só depois das eleições".
Com informações da Agência Brasil.
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