Na Copa de 2014, para evitar problemas como os que ocorrem com frequência durante o réveillon em Copacabana, quando boa parte dos celulares para de funcionar, será necessário instalar antenas de transmissão de voz e dados no alto dos estádios. E ainda: vans e caminhões das operadoras, devidamente equipados, deverão ficar no entorno dos centros esportivos.
A informação é do vice-presidente Associação GSM, que reúne as dez maiores operadoras de celular do mundo, Ricardo Tavares. Elas participam da 10ª edição da Rio Wireless, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
Segundo Tavares, os maiores picos de utilização de aparelhos celular acontece 30 minutos antes dos jogos, um minuto após o término do primeiro tempo, cinco minutos depois do apito final e a cada gol.
“Nosso estudo mostra que, em 2014, as pessoas vão usar mais os celulares para entrar em redes sociais do que para falar, por isso será necessária a implantação de uma nova faixa de transmissão de dado que possibilite maior agilidade, como no caso do 4G”, explicou o vice-presidente.
No entanto, o acesso a essa tecnologia ainda é restrito e o preço dos aparelhos elevado. Atualmente, no Brasil, 13 milhões de pessoas utilizam aparelhos com a tecnologia 3G - acesso à internet - , mas a maioria ainda usa 2G, com transmissão apenas de voz.
Transmissão até 50 vezes mais rápida
Tavares acrescenta que com a nova tecnologia 4G, que recebe o nome de LTE, será possível transmitir dados de 25 a 50 vezes mais rápido, evitando o tráfego das linhas de celulares. Em 2014, 210 milhões de brasileiros vão ter acesso à celular. Atualmente são 177 milhões no país. “Esta faixa adicional, que vai permitir maior velocidade de dados, não é importante apenas para os grande eventos esportivos, mas também vai ter efeito permanente na tecnologia do Brasil”, afirmou.
De acordo com ele, é importante que o governo e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) comecem a pensar a infraestrutura do evento ainda em 2010. “Para que grandes eventos tenham sucesso é importante, improvisar de maneira criativa é importante, mas planejamento é fundamental”, disse.
Pouco está sendo feito para implantar tecnologia
Em contrapartida, o deputado federal e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), afirmou que atualmente pouco está sendo feito, em termos de legisção, na Câmara para ordenar a infraestrutura em telecomunicações, que será necessária para o evento em todo o país.
O superintendente de serviços privados da Anatel, Dirceu Baravieira, garantiu que a agência está viabilizando regulamento para que operadores de telefonia móvel possam se estruturar para o fornecer o serviço com base na tecnologia 4G para o usuário.
“Se, em 2014, o Brasil não tiver tecnologia para implantar o 4G, vamos decepcionar 1,2 milhão de turistas que vieram assistir aos jogos. Isso sem falar no tráfego de dados e voz que pode acontecer durante os eventos”, advertiu Ricardo Tavares.
O estudo apontando soluções para o tráfego de dados em grandes eventos foi desenvolvido pela GSM Association em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas.
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