Monday, 17 May 2010

Rio Wireless defende implementação de rede 4G no país

O 3G brasileiro ainda não está a contento, mas fabricantes, entidades da indústria e operadoras continuam de olho no 4G, mais especificamente o LTE (Long Term Evolution), que promete mais banda e uma estrada limpa para o tráfego de novos serviços e aplicativos (isso se o espectro por aqui for liberado nesse sentido).

Várias palestras na Rio Wireless, que aconteceu na Barra na semana passada, propunham esse quadro e entoavam loas à quarta geração de banda wireless, mas havia um argumento novo (e forte) para tal: um estudo do CPqD encomendado pela GSM Association (GSMA) que mostra a necessidade de o Brasil estar "nos trinques" tecnológicos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio.

Ricardo Tavares, vice-presidente de políticas públicas da GSMA, que apresentou o estudo, lembra que são esperados, só na Copa, mais de 1,2 milhão de visitantes ao país e que, nos investimentos de infraestrutura necessários, a banda larga 4G sem fio tem de estar incluída.

- Hoje somos 176,8 milhões de usuários de celulares, com 13 milhões de aparelhos 3G. Para 2014, a previsão é de 210 milhões (muitos com mais de um aparelho, daí o gigantismo do número) e 55 milhões de usuários de banda larga móvel - diz Ricardo. - A necessidade de mais banda é clara.

Para Wally Swain, do Yankee Group, a qualidade do 3G no Brasil está comprometida porque as operadoras vendem a internet wireless como substituta da fixa, incentivando o uso pesado de aplicativos multimídia.

- Se o uso da banda móvel fosse só email e buscas, tudo bem - disse Wally. - Mas os usuários são encorajados a usar vídeos, YouTube, o que pesa na banda. Aliás, curiosamente, 83% dos usuários 3G por aqui estão em casa, pois o modem USB 3G é mais usado que os smartphones.

Com isso, a quarta geração se torna ainda mais apetitosa, com eficácia no ar quatro vezes maior que o 3G e pico de 100Mbps no caminho da rede para o usuário.

Francisco Giacomini Soares, diretor de relações governamentais da Qualcomm, lembra que o tráfego de dados já ultrapassa o de voz e que, mesmo antes da Copa, em 2013, 89% da banda larga será 3G. O caminho para a 4G estará aberto, então.

- O futuro da banda larga é móvel - sentencia.

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