É crescente a quantidade, multiplicidade, diversidade e complexidade dos dados diariamente introduzidos, processados, armazenados ou eliminados nos sistemas de TI de organizações públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, bem como nos diferentes tipos de computadores pessoais. São fichas cadastrais, informações contábeis, relatórios comerciais, textos jornalísticos, e-mails, contratos, gráficos, tabelas, animações, fotos, radiografias, filmes, resultados de exames ou simples listas de nomes, endereços e telefones, entre muitos outros.
Alguns podem ser consultados livremente, como os disponíveis por meio de sites de busca. Outros têm acesso limitado a grupos ou usuários selecionados mediante senhas e chaves de criptografia, como os relativos a compras ou operações financeiras pela internet.
Há dados com vida longa, como documentos que devem permanecer disponíveis por toda a existência da organização. Outros são temporários e podem ser descartados logo após o uso.
Em paralelo, é extremamente rápida a evolução das ferramentas utilizadas para executar operações com dados. Há 40 anos, as unidades de informação (bytes) eram medidas em milhares (kilobytes), depois em milhões (megabytes). Hoje são corriqueiras medidas em bilhões (gigabytes) e já se começa a falar em trilhões (terabytes).
Certamente não está distante o tempo em que serão usuais medidas em quatrilhões, quinquilhões, sextilhões e até setilhões de bytes (respectivamente petabytes, exabytes, zettabytes e yottabytes).
Uma comparação simples ilustra bem essa afirmação. Em 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong foi o primeiro ser humano a pisar na Lua. Para permitir o que ele qualificou de “passo gigantesco para a humanidade”, a nave Apollo 11, que o transportou junto com Edwin Aldrin Jr. e Michael Collins, contou com o auxílio de um “sofisticado” computador batizado de AGC (Apollo Guidance Computer = Computador de Orientação da Apollo).
Nesse equipamento, a memória RAM (que armazena os dados em processamento) tinha apenas 2 kB. Na maioria dos notebooks atuais, essa memória tem 2 gigabytes, ou seja, um milhão de vezes mais. Da mesma forma, o disco rígido de um notebook médio de hoje tem capacidade para armazenar dez milhões de vezes mais informações do que os 32 kB do AGC.
A capacidade de processamento dos computadores, que combina velocidade de processamento e frequência de operações (o chamado clock), também evolui com igual rapidez. Os computadores são cada vez mais rápidos e realizam cada vez mais operações por segundo, e essa tendência deve manter-se por um bom tempo, enquanto softwares são lançados diariamente, trazendo novas e melhores soluções para os mais variados problemas.
De seu lado, o usuário é cada dia mais exigente e se mostra francamente propenso a adquirir mais modernidade e agregar novas funcionalidades ao seu sistema, seja este uma imensa rede corporativa ou um simples computador de uso doméstico.
Nesse cenário de contínuos avanços tecnológicos, o grande desafio é conciliar todos os recursos citados com as diferentes necessidades de processamento de dados, de modo que as operações sejam eficientes, econômicas, confiáveis e seguras, na mais ampla acepção de todos esses adjetivos.
Aí entra em jogo um fator que, embora apresente grande capacidade de adaptação, evolui em ritmo mais lento: o ser humano, início e fim de tudo o que se disse até aqui. Em outras palavras, é gente que produz resultados, e gente bem preparada produz resultados melhores.
Tudo isso conduz à conclusão de que, na área de TI, além de especialistas em diferentes áreas (como bancos de dados, segurança digital e arquitetura de informação), são necessários profissionais com múltiplas especialidades, visão e habilidades abrangentes, capacitados a gerenciar de forma estratégica todos os dados vitais para sua organização.
O Brasil conta com pouquíssimos profissionais com esse perfil e, na verdade, estes não são muitos mesmo no chamado mundo desenvolvido.
As organizações que entenderem esse quadro mais cedo, certamente estarão à frente no mercado, pois esse é um caminho sem volta. O volume de dados com que terão que lidar em seu dia a dia será cada vez maior, e as eventuais complicações crescerão na mesma proporção.
Portanto, conferir ao gerenciamento de dados o destaque que deve ter nesta era da informação é uma necessidade a que toda empresa deve estar atenta, sob pena de perder espaço e competitividade. Ao mesmo tempo, essa é também uma nova e promissora oportunidade de carreira e crescimento que se abre aos profissionais de TI.
Allen A. Dupré (allendupre@yahoo.com.br) é jornalista e diretor de Marketing do capítulo brasileiro da DAMA – Data Management International, associação sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos e presente em 23 países
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