O governo dos EUA lançou recentemente, na internet, um mapa de banda larga.
A iniciativa mostra os tipos de conexão disponíveis em cada cidade norte-americana, o acesso à rede e as empresas atuantes.
“É uma forma poderosa de navegar em um imenso baú do tesouro de dados para aumentar a transparência e o entendimento”, resume Michael Byrne, diretor de informação geográfica da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos EUA.
O mapa funciona sobre uma plataforma que permite fazer buscas por tipo de conexão, velocidade, endereços e nomes de provedores e assim realizar comparações regionais e locais. Ele é resultado de um banco de dados de 25 milhões de registros coletados pela FCC e pela Administração Nacional de Telecomunicações e Informação (NTIA, na sigla em inglês), incluindo uma pesquisa em 54 mil domicílios e 3.400 provedores. Pesquisadores foram a campo até para testar as velocidades alegadas pelas empresas, e usuários têm espaço para comentar os serviços e a veracidade das informações. Os dados estão atualizados até outubro de 2010.
“O mapa vai ajudar os americanos a fazer melhores escolhas em relação à banda larga”, complementou Julius Genachowski, presidente do FCC. Também servirá para embasar políticas de inclusão digital e de estímulo à concorrência naquele país, uma vez que será atualizado a cada seis meses e aponta com precisão os problemas existentes na política de inclusão digital dos EUA.
A iniciativa traz informações interessantes sobre a disseminação da internet nos Estados Unidos. Para começar, o FCC considera como banda larga velocidades de ao menos 4 Mbps, patamar bastante superior ao brasileiro, de 512 Kbps. De acordo com o órgão, 4 Mbps é a conexão necessária para acessar um “conjunto básico de aplicações”, como downloads de vídeos, fotos e acompanhamento de videoconferências na rede.
Assim, o mapa mostra que entre 5% e 10% dos norte-americanos não têm acesso à banda larga, apesar de 68% dos lares terem algum tipo de conexão em banda larga, índice cinco pontos percentuais acima do verificado em 2009.
Além disso, instituições públicas como escolas e hospitais também se ressentem de boa conexão. Segundo diretores de tecnologias de escolas norte-americanas citados no relatório de lançamento do mapa, cada colégio deveria ter uma conexão entre 50 e 100 Mbps para cada mil alunos. Os dados mostram, no entanto, que dois terços das instituições possuem acesso a menos de 25 Mbps. No caso de bibliotecas, somente 4% delas ultrapassam o patamar de 25 Mbps.
“O mapa mostra que ainda há muitas pessoas e instituições comunitárias sem o nível de serviço de banda larga necessário para participar totalmente da economia da internet. A exclusão digital permanece”, analisou o secretário para comunicações da NTIA, Lawrence Strickling.
Em relação ao acesso sem fio, o quadro mostra que 95% dos norte-americanos têm à disposição serviços de conexão à internet via 3G, com velocidade de ao menos 768 Kbps, e 36%, com ao menos 6 Mbps, o que equivale à próxima geração de acesso.
Situação no Brasil
No Brasil, números da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) indicam que o acesso à internet rápida no Brasil é crescente, mas ainda insuficiente. Entre janeiro de 2010 e o mesmo mês de 2011, a quantidade de conexões em banda larga aumentou 53%, sendo que os acessos via 3G tiveram incremento de 85%.
Ainda de acordo com a associação, os serviços de internet rápida são oferecidos hoje em 88% dos municípios, mas na maioria delas (três mil cidades) há apenas um prestador, o que limita a queda de preços, dada a falta de competição.
Data: 25 de fevereiro de 2011
Autor: Marcelo Medeiros
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