Tuesday, 3 April 2012

Um raio-X do empreendedor digital brasileiro

por Gilberto de Almeida

Se você pensa em abrir uma startup, mas não tem formação especializada, não conta com o apoio de investidores e gostaria de manter o emprego atual, saiba que não está sozinho. Esse é o perfil da maioria dos empreendedores digitais brasileiros, de acordo com pesquisa encomendada pelo Grupo RBS ao Instituto M. Sense Inteligência de Mercado. Foram entrevistados 770 empresários de todo o país, entre setembro e outubro de 2011.


Se no empreendedorismo tradicional a mulher já ocupa um espaço praticamente igual ao do homem, no segmento digital eles predominam: 75% dos pesquisados são do sexo masculino. Eles têm entre 20 e 30 anos de idade (61%) e pertencem às classes A e B (86%). “As mulheres ainda têm participação pouco significativa no cenário de tecnologia”, diz Andiara Petterle, diretora de Estratégia Digital e Desenvolvimento de Negócios do Grupo RBS. “Há um espaço importante a ser ocupado por elas.”


Os brasileiros que buscam um lugar ao sol no mercado digital concentram-se na região Sudeste (72%, sendo 62% na cidade de São Paulo) e têm superior completo (46%). Engana-se, porém, quem acha que a maioria vem das faculdades de Computação ou Engenharia: 32% cursaram Comunicação Social.

“O meio digital no Brasil é identificado como mídia e atrai profissionais da área de Comunicação. É diferente do que acontece em países como os Estados Unidos, por exemplo, em que os profissionais de tecnologia dominam o segmento”, diz Fábio Bruggioni, CEO de Internet e Mobile do Grupo RBS.


Conseguir recursos financeiros para abrir e manter a empresa é a maior preocupação desses empreendedores — 44% consideram essa sua maior dificuldade.

Os entrevistados também se queixaram da falta de mão de obra qualificada (30%) e do pouco tempo de que dispõem para se dedicar às suas ideias (34%). Explica-se: 63% deles se dividem entre o projeto digital e um emprego, que serve para pagar as contas e financiar o negócio. “Eles trabalham em um clima de incerteza, e as desistências são frequentes. Para que o mercado amadureça é preciso criar um ‘ecossistema sustentável’ para esses empresários, que poderão assim atrair os investidores”, diz Andiara, do grupo RBS.

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