Friday, 30 January 2009

O estado do cibercrime

Os cibercriminosos estão levando vantagem sobre os usuários da Internet e aqueles que procuram deter os crimes. Isso se deve muito às leis contra o cibercrime em todo o mundo que, atualmente, mais parecem uma "colcha de retalhos", à falta de recursos judiciais e policiais e a baixa prioridade dada ao problema do cibercrime pelos governos.

Essas são as conclusões do Relatório Anual de Criminologia Virtual da McAfee: Cibercrime versus Lei sobre Crimes Eletrônicos. O relatório, que está em sua quarta edição, inclui opiniões de mais de uma dezena de especialistas em segurança, que analisam de maneira aprofundada o estado do cibercrime. Embora o relatório destaque os muitos desafios que enfrentamos, também apresenta providências claras que podemos e devemos tomar para melhorar essa situação. A boa notícia é que estamos seguindo na direção certa.

Mas, antes de examinar as soluções, vejamos quanta vantagem o cibercrime está levando sobre as leis relativas aos crimes eletrônicos e a causa de alguns dos problemas. Um dos primeiros obstáculos à nossa frente é que alguns governos não estão dando ao cibercrime uma prioridade suficientemente alta. Diante de uma crise econômica e ameaças como o terrorismo, os governos podem muito facilmente colocar a luta contra o cibercrime como uma das suas últimas prioridades. E, infelizmente, enquanto os governos se concentram em apoiar suas economias, os cibercriminosos estão tirando proveito da ansiedade do público quanto à recessão. Por exemplo, após a quebra de vários bancos nos Estados Unidos, os golpistas não demoraram em distribuir emails afirmando serem desses bancos, solicitando que os clientes confirmassem os números das suas contas e as senhas. Os cibercriminosos também estão em busca de pessoas que procuram novos empregos após serem demitidas, promovendo esquemas de enriquecimento rápido e ofertas falsas de trabalho em casa.

Além de reforçar a segurança digital nas nossas próprias nações, outro obstáculo que precisamos melhorar é a cooperação entre os países, segundo os especialistas. As polícias tradicionais ainda operam dentro das fronteiras físicas tradicionais, mas não existem limites na Internet. Os cibercriminosos podem atuar em qualquer lugar, dificultando o trabalho das polícias locais. Promovendo a cooperação internacional e o compartilhamento de informações, além de harmonizar nossas leis sobre crimes eletrônicos, as polícias e os poderes judiciários poderão encontrar e processar os criminosos de maneira mais eficiente.

Atualmente, o trabalho das polícias continua sendo isolado, segundo o relatório. Os especialistas recomendam a criação de uma força-tarefa global dedicada a investigações transnacionais de cibercrimes. A força-tarefa definiria a prioridade dos crimes que enfrentariam e prestaria apoio logístico as polícias de diferentes países.
O terceiro problema que preocupa os especialistas em segurança é o que está acontecendo nas "trincheiras" do trabalho policial: a falta de um treinamento sustentado e de vivência prática em segurança e perícia digital. Ao passo que os cibercriminosos desenvolvem suas táticas para tirar proveito das tecnologias mais recentes, as polícias, nas linhas de frente, não conseguem acompanhá-los devido a alta rotatividade e outros problemas.

Antes de aumentar a eficácia das leis de crimes eletrônicos, é certo que precisamos solucionar todos esses problemas. Felizmente, estamos caminhando na direção certa em várias frentes. Em 2004, o Conselho da Convenção Européia para o Cibercrime estabeleceu uma estrutura unificada para o cibercrime. Até hoje, 23 países ratificaram a convenção, enquanto outros estão prontos para fazê-lo. A estrutura da Convenção padroniza definições de cibercrime, assistência jurídica e procedimentos de troca de provas entre fronteiras. Em geral, ela visa a facilitar a extradição e as ações penais. Recentemente, os Estados Unidos aprovaram uma nova lei que proporciona às vítimas de crimes virtuais uma maneira de buscar a reparação dos seus prejuízos, reduzindo o dano mínimo necessário para a abertura de uma ação penal contra um cibercrime.

Embora essas sejam medidas sólidas, reconhecemos que a comunidade digital internacional ainda tem um longo caminho a percorrer para conquistar qualquer vantagem real sobre os cibercriminosos. Para isso, a McAfee lançou recentemente a Iniciativa de Combate ao Cibercrime - uma forma de fazer a nossa parte nessa luta. (Saiba mais no site: http://www.mcafee.com/us/about/corporate/fight_cybercrime/index.html ). A Iniciativa incentiva o diálogo franco e ativo com várias partes da luta contra o cibercrime - em diversos setores de atividades, atravessando fronteiras nacionais e nos setores público e privado.

Esta iniciativa dedica-se a equipar as polícias, conscientizar e auxiliar as vítimas de cibercrimes e procurar soluçoes inovadoras voltadas ao combate a esses crimes, além de outras ações. E também estamos buscando um diálogo aberto com a comunidade policial de todo o mundo para debater maneiras inovadoras de auxiliar suas respectivas comunidades. Todo o nosso trabalho conta com o apoio cada vez maior de um conselho consultivo de especialistas que, como nós, são extremamente dedicados no combate ao cibercrime, oferecendo sua energia e seu conhecimento à nossa causa. Nossa meta não é apenas desequilibrar a balança em favor da justiça, mas também vencer essa guerra contra os cibercriminosos. Sabemos que isso exige o esforço de toda a comunidade e todos devem fazer sua parte.

Os consumidores devem proteger seus computadores com software de segurança atualizado para evitar que se tornem parte do problema do cibercrime. Esperamos que os provedores de serviços, de registros de domínios e as agências de transferência de fundos cooperem com a comunidade de segurança e os órgãos policiais. Finalmente, esperamos que as empresas denunciem os crimes para aumentar nosso conhecimento sobre a crescente ameaça representada por esses cibercriminosos.

Enfrentamos um problema que tem várias frentes, mas realmente podemos combatê-lo com uma solução que atua contra todas elas. Na McAfee, nos dedicamos a fazer nossa parte. Será ótimo se o relatório Cibercrime versus Lei sobre Crimes Eletrônicos de 2009 apresentar mais êxitos nesta área que falhas.

Fonte: McAfee.com

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