O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta terça-feira que há preocupação do governo brasileiro com a instalação de base militares americanas na Colômbia. Ele se reuniu durante cerca de uma hora com o general americano James Jones, assessor de segurança da Casa Branca. De acordo com Garcia, ainda não está claro para o Brasil o objetivo e o alcance das bases militares. Segundo o assessor, o representante americano reconheceu que faltou um aviso prévio sobre a medida.
- Houve um reconhecimento que o assunto foi mal encaminhado. O general procurou circunscrevê-las (as bases) a ações de caráter humanitário e de combate ao narcotráfico. Mas cachorro que foi mordido por cobra tem medo até de linguiça - disse Marco Aurélio.
Segundo Garcia, a decisão de instalar a base na Colômbia remete ao tempo da guerra fria. Ele disse não ver ameaça à soberania brasileira, mas manifestou preocupação com a proximidade entre os lugares que receberiam as bases e a Amazônia brasileira:
- Não acho que fique ameaçada (a soberania). Mas não me parece que perto da fronteira da Amazônia (brasileira), que muitas vezes é objeto de cobiça internacional, seja positivo o estabelecimento de bases cujos alcance e objetivos não estão muito claros.
O represente americano teve ainda nesta terça-feira reunião com ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir sobre investimentos envolvendo os dois países.
Em Cartegena, na Colômbia, o comandante das Forças Armadas colombianas, general Padilla de León, confirmou que o país negocia com os EUA a cessão de sete bases para uso de tropas americanas. Serão três bases da Força Aérea, duas da Marinha e duas do Exército, e o acordo seria de dez anos. Ele afirmou que elas serão usadas somente para o combate ao narcotráfico.
- Trata-se de aprofundar relações que vêm sendo exitosas com o acesso a bases militares colombianas. Não são bases americanas, são colombianas, mas damos a possibilidade de que (os americanos) usem nossas instalações - disse ele.
O chefe do Comando Central dos EUA, o general Douglas Fraser, confirmou a negociação.
- Já existem militares americanos que estão trabalhando em colaboração. Isso é muito aberto e coordenado com o Congresso dos EUA - disse ele.
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