Tuesday, 1 June 2010

Preço do modem 3G está caindo no Brasil, mas redução de PIS/Cofins pode ser inócua, diz Huawei

O mais recente estudo a ser anunciado em breve pela Huawei sobre o mercado de banda larga móvel no Brasil mostrará uma redução contínua, nos últimos trimestres, do custo do modem 3G ao consumidor final.

No entanto, na avaliação da empresa, é possível que uma simples redução das alíquotas de PIS/Cofins, como pretende o governo no Plano Nacional de Banda Larga, seja suficiente para trazer esses valores ainda mais para baixo de modo a permitir um modelo massivo de venda direta ao consumidor, sem subsídio das operadoras.

Segundo o estudo da Huawei, o preço médio do modem 3G ao consumidor no primeiro trimestre de 2010 foi de R$ 294, contra R$ 375 no final do ano passado e R$ 479 no meio de 2009.

Segundo estimativas da Huawei, há no Brasil hoje um total de 3,2 milhões de modems 3G, dos quais 55% a fabricante estima terem sido produzidos por ela.

Segundo Marcelo Motta, diretor de tecnologia a Huawei do Brasil, é possível que uma simples eliminação das alíquotas de PIS/Cofins acabe não ajudando muito em uma redução maior no valor dos modems porque acabaria compensando a retirarda dos subsídios praticados pelas operadoras.

"O modelo mais eficiente é o que envolve a venda dos modems como parte de um pacote de serviço", diz. Para a Huawei, impostos como o imposto de importação e o ICMS pesam mais no preço final dos modems.


A Huawei, explica Motta, costumava montar os modems 3G no Brasil até meados do ano passado, quando deixou de fazer sentido diante da redução de custos e escala internacional dos equipamentos importados.

"Em função das políticas que possam ser adotadas pelo governo no Plano Nacional de Banda Larga, podemos rever essa posição", diz Motta.


Pacotes mais caros

Outro levantamento importante que a Huawei deve anunciar em breve é sobre o preço dos pacotes 3G. Segundo o levantamento da empresa, o Brasil tem o pacote de dados mais caro da América Latina, com uma média de R$ 69,90 por um plano com franquia de 500 Mb.

O mesmo pacote custa em média R$ 54,32 no Chile, R$ 31,65 na Argentina e R$ 28,66 no México. Já para o pacote com franquia de 1 Gb o Brasil tem uma média de R$ 84,90, contra R$ 87,31 da Espanha, R$ 55 de Portugal e R$ 39,90 do Reino Unido.

Nesses dois últimos países, a franquia é de 2 Gb e 3 Gb respectivamente. Segundo Motta, a explicação para o preço final dos pacotes no Brasil passa pela carga tributária e pelos elevados custos de construção de backhaul.

Ainda assim, diz ele, 65% da cobertura de 3G estabelecida para 2013 já foi atingida pelas operadoras.

Marca própria


A Huawei não tem como estratégia promover sua própria marca ao consumidor final. Na área de handsets, que não está entre as prioridades da empresa, os equipamentos são fabricados no modelo de OEM com a marca dos operadores clientes.

Na área de modems 3G, as vendas são quase sempre feitas pelas operadoras em conjunto com os pacotes. Mas existe entre as operadoras brasileiras uma crescente pressão para que os fabricantes de handsets promovam suas próprias marcas junto ao usuário.

"As operadoras no Brasil não querem ter celulares com marcas próprias, e por isso poderemos rever a nossa posição de não promover a marca Huawei junto ao cliente final".


A Huawei chegou contratos no valor de US$ 30,3 bilhões em 2009, dos quais R$ 1,4 bilhão foram no Brasil. Em 2010 a estimativa da empresa é alcançar US$ 36 bilhões em contratos.


Os mercados em que a fabricante mais cresceu em 2009 foram a China, com 58% de crescimento, América do Norte (53%), Ásia-Pacífico (43%) e América Latina (25%). Na Europa, a empresa praticamente não cresceu em 2009.

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