Dados da PricewaterhouseCoopers mostram que os EUA não estão sozinhos. Cerca de US$ 60 bilhões foram gastos em 2011 com cibersegurança. O Brasil, por exemplo, desembolsou R$ 83 milhões para criar a sua própria divisão de defesa virtual, o chamado Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), além de pagar R$ 6 milhões para comprar programas antivírus. No mundo, mais de 120 países possuem centros de defesas desse tipo, segundo a empresa de tecnologia de segurança McAfee.
O assunto ganhou mais evidência com o livro Cyber War (Editora Ecco Press, 2010, sem edição brasileira), escrito por Richard Clarke, chefe de cibersegurança da Casa Branca durante os governos de Bill Clinton e George W. Bush.
O livro se tornou polêmico por retratar um mundo caótico e frágil que poderia abrigar “ataques de ciberguerra sofisticados” criados por hackers em apenas 15 minutos de trabalho. Clarke vislumbra uma guerra global em que vários tipos de ataques são possíveis, desde o monitoramento ilegítimo de contas bancárias no Oriente Médio (caso do vírus Gauss) até o bloqueio a sites do governo de um país por meio de ataques DDoS (caso da Georgia e Estônia).
“Nossa vida atual é totalmente dependente dos recursos de computação e de rede”, diz Adriano Cansian, professor da Unesp e coordenador do grupo de trabalho em segurança do Comitê Gestor da Internet no Brasil. “Uma guerra cibernética de larga escala destruiria a economia mundial, levaria o mundo a um caos completo.”
Sem pânico. A visão de Clarke é criticada por quem vê a abordagem como causadora de pânico e paranoia em relação à internet. Alguns chegam até a considerar tudo uma desculpa para exercer maior controle e monitoramento sobre a rede.
A tese é muito questionada por basicamente dois motivos: não houve até hoje um caso em que um conflito do tipo foi considerado um ato de guerra. E não há oponente com arsenal suficiente e disposto a começar uma guerra digital.
“Não estamos em uma ciberguerra. Guerra é uso de força militar para atacar outra nação e destruir sua capacidade de resistência”, diz o especialista em cibersegurança e membro do Centro de Estudos Estratégicos de Washington, James A. Lewis, em um artigo.
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