Monday 17 October 2011

Os riscos do roaming internacional de dados

Em período de crise, uma das formas mais inteligentes de tornar nossas empresas competitivas é reduzindo custos. Em algumas situações chega a ser questão de sobrevivência. Hoje em dia o grande vilão dos custos corporativos é a telefonia móvel, mas a maioria das empresas não faz gestão do uso, ou seja, controle do consumo pelos usuários. E as surpresas chegam sempre no mês seguinte ao gasto e aí não há mais nada o que se possa fazer, apenas lamentar.


O custo com roaming internacional, principalmente de dados, é a surpresa desagradável que praticamente toda empresa com executivos que viajam ao exterior já provou. E esses custos não são insignificantes: em alguns casos chegam a superar R$ 100 mil em poucas semanas. Os gastos mais comuns com viagens internacionais com duração inferior a um mês ficam entre R$ 20.000 e R$ 50.000.

É muito difícil em uma reunião com empresas de grande porte eu perguntar se já houve esse tipo de problema e a reposta ser negativa. Ao contrário, a cada dia surgem novos casos e a maioria delas não mudou nada em seus processos ou na utilização de software para evitar esse tipo de gasto. E por que isso acontece? Por vários motivos, vejamos alguns deles:

  • As pessoas não sabem o quão caro é o roaming internacional de dados.
  • As empresas não possuem processos para gestão dos custos de telecom, nem mesmo processos para que as pessoas solicitem o serviço de dados internacional.
  • Diretores e presidentes, que geralmente são os que viajam ao exterior, têm coisas mais importantes para se preocupar que avisar ao gestor de telecom de suas viagens.
  • Os gestores de telecom, por sua vez, não conseguem identificar usuários em roaming para comprar os pacotes ideais para eles.
  • As empresas não possuem serviços e processos para gerenciamento dos dispositivos móveis (ou "Mobile Device Management", MDM), que ajudariam na gestão de configurações, dentre outros.

Como evitar isso? Vejamos algumas sugestões:

  • Hoje já existem softwares que nos ajudam a identificar que usuários de dispositivos móveis de nossa empresa entram em áreas de roaming. Eles nos dão a oportunidade, através de alertas em tempo real, de comprar pacotes de dados de roaming internacional antes de o gasto acontecer.
  • Estabelecer processos para a gestão do uso, que ajudarão não somente com roaming, mas com o consumo em geral.
  • Profissionalizar a gestão da mobilidade corporativa através da adoção de uma solução de MDM, que ajudará a reduzir custos através da gestão de configurações, principalmente por permitir que o usuário utilize no exterior a operadora parceira da sua operadora local.

A redução pode ser de surpreendentes 95% do custo real. Sim, é verdade. Em algumas operadoras o preço de um pacote com 10MB antecipados é metade do valor de 1MB se utilizado indiscriminadamente.

E não adianta ficar indignado com a operadora porque ela tem custos com as teles de outros países. O que se deve fazer é conhecer os riscos e tratar de mitigá-los. Os serviços de telecomunicações precisam de gestão profissional, de processos e análise constantes sobre os gastos. Os dispositivos móveis são ferramentas importantíssimas para as corporações, mas não podem ser transformados em vilões por falta de gestão.
Se sua empresa ainda não começou a trabalhar a gestão de custos de telecom, está mais do que na hora. As reduções não se limitam apenas aos gastos com roaming internacional: as possibilidades são bem maiores. E depois você se perguntará: por que não fiz isso antes?

Roberto Dariva é presidente (CEO) da Navita e autor do livro “Gerenciamento de Dispositivos Móveis e Serviços de Telecom” (Campus, 2011), que apresenta estratégias para gestão de mobilidade e telecom, com enfoque na redução de custos.

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