Empresas precisam implementar melhores práticas para seguir aproveitando os benefícios da tecnologia.
Os conceitos tecnológicos da virtualização e da computação em nuvem fizeram com que as questões de gerenciamento de serviços se tornassem tão importantes para os departamentos de TI quanto a própria tecnologia. No pacote, vem o envolvimento mais estreito com as aplicações e as unidades de negócios que trabalham com a infraestrutura.
Segundo o analista da Forrester James Staten, se a virtualização tivesse parado em alguns servidores, a pressão para reorganizar a empresa teria acabado assim que alguns poucos administradores de sistemas tivessem aprendido a trabalhar com mais de um departamento ao mesmo tempo, além de gerenciar servidores virtuais.
Mas não parou por aí. O mundo virtual é muito mais dinâmico que o físico e cruza várias fronteiras organizacionais tradicionais. “Sem repensar a estrutura organizacional e alinhá-la a uma infraestrutura virtual, a empresa não consegue se manter no compasso da tecnologia”, avalia o vice-presidente de pesquisa do Gartner Chris Wolf.
As lacunas podem passar despercebidas em um primeiro momento, acobertadas pelo aumento da eficiência técnica e do retorno sobre o investimento (ROI) que as empresas adquirem logo no começo. Mas à medida que mais servidores forem sendo virtualizados, a empresa que não souber identificar eventuais fraquezas vai perder a capacidade de colher benefícios da infraestrutura virtual, limitando o sucesso das migrações.
Para evitar esse quadro, alguns princípios consistentes da gerência de infraestrutura virtual podem ser implementados para evitar problemas.
1 – Foco do gerenciamento deve ser ampliado
Parece uma dica simplista, mas a mudança de servidores físicos para virtuais também elimina os limites dos trabalhos dos administradores de sistemas. Dessa forma, os profissionais mudam seu foco da caixa física para todos os servidores virtuais, mesmo aqueles que estão em servidores físicos distantes. Isso inclui as atividades de balanceamento de carga, segurança ou todas as aplicações de uma unidade de negócios específicas que rodam em máquinas virtuais.
Pensando gerencialmente, isso poderia quebrar as relações tradicionais de funcionários e administradores de sistemas no mesmo local. Uma pequena parte dos profissionais ficaria atada a plantas e servidores físicos, mas a maioria ganharia essa nova dinâmica, divida por área funcional. “No entanto, o grande desafio é fazer com que isso funcione”, completa Wolf.
2 – Hierarquia reduzida e descrições dos trabalhos ampliados
A mesma dinâmica com a qual se distribui profissionais onde eles são mais necessários reduz a necessidade de diversas cargos entre administradores de sistemas de primeiro nível e o CIO. Gerentes regionais, que tinham ênfase geográfica, podem ser realocados em desenvolvimento de projetos mais inovadores, trabalhando em planejamento de capacidade de gestão de operações mais sofisticadas, diz a pesquisadora da Forrester, Rachel Dines.
Segundo Rachel, o planejamento de capacidade em um ambiente virtual implica avaliar a infraestrutura como um todo, exigindo um novo conjunto de habilidades. Também é importante para o projeto de virtualização e para o desempenho da TI como um todo ampliar as descrições dos cargos, colocando como pré-requisito não somente a capacidade de gerenciar hardware, mas de antecipar as necessidades das unidades de negócios.
3 – TI não deve se comportar como se fosse utility
Com a expansão de novos conceitos tecnológicos, os líderes de unidades de negócios se sentem tentados a pedir serviços de tecnologias de provedores externos sem passar pelo departamento da companhia. Com esse horizonte, o relacionamento estabelecido por TI tem que mudar.
De acordo com o diretor de marketing de produto da VMWare, Rob Smoot, para lidar com isso a área de TI deve ser comportar mais como uma área de serviços, suportando necessidades de negócios e permitindo a exploração de lojas de aplicativos e provisionamento dos próprios servidores.
Nesse contexto, o relacionamento representa mais e menos trabalho para TI; porque requer do departamento um diferente conjunto de regras e processo para permitir que os usuários finais façam mais coisas de forma autônoma, mantendo a proteção das informações que precisam ser protegidas e impedindo a canibalização da capacidade da empresa. “Isso também implica em aumentar a capacidade de observar o ambiente em tempo real para responder às demandas dentro de um processo mais maduro”, explica Smoot.
4 – Treinamento deve ganhar mais destaque que contratações
De acordo com o diretor-executivo da Robert Half internacional, John Reed, as mudanças organizacionais tendem a levar às empresas para contratações, mas as companhias que se posicionam melhor na área de virtualização optam por treinar as pessoas para as áreas mais críticas.
Aqueles títulos que levam a palavra “arquiteto” são os mais críticos, pelas características de planejamento de capacidade, projeto e implementação, balanceamento de carga e conhecimento funcional das cargas de trabalho que rodam nos servidores virtuais.
Isso não quer dizer, no entanto, que as contratações devem ser descartadas. Em alguns casos, as necessidades das empresas são muito grandes para serem atendidas somente com treinamentos e a empresa precisa estudar o equilíbrio ideal entre as duas práticas.
5 – Automação é essencial
Segundo o vice-presidente e analista do Forrester, Frank Gillett, a automação e a maturidade de processos não são exatamente a mesma coisa, mas se sobrepõem de forma significativa. E a maioria das companhias não está pronta para realizar mudanças em larga escala para acomodar a virtualização, mesmo que acredite na tecnologia.
Para mudar o quadro, as empresas precisam automatizar a segurança, criar políticas de provisionamento automatizado e respeitar toda a camada de implementação de virtualização previstas nas melhores práticas. O próprio conceito de cloud, que prevê cobrança por capacidade utilizada, depende de uma efetiva tecnologia de automação.
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