Tuesday 28 June 2011

O capital humano em TI para além do recrutamento e seleção

Em época de aquecimento do mercado de TI, as práticas dos gestores de pessoas acabam ficando mais focadas em mapeamento, recrutamento e seleção. Isto se dá, pois a urgência na contratação e a escassez de profissionais qualificados fazem com que o preenchimento das posições se torne o principal objetivo. Afinal, sem uma equipe montada (seja ela excepcionalmente boa ou apenas “mediana”, não há o que se possa fazer em termos produtivos).


De fato, as atividades correntes de recrutamento & Seleção, tal como descritas acima, são processos de suma importância para que ocorra a prosperidade – ou mesmo o funcionamento - da empresa.
Contudo, numa perspectiva de eficiência máxima em capital humano, que é o que se deve buscar sempre, estas tarefas básicas do RH devem procurar sua agregação às novas metodologias de gestão do conhecimento e de retenção de talentos. Com este atrelamento, aí sim, é possível que o RH se consolide como uma ferramenta de composição e complementação eficaz do time (ou do repositório de capacidades e talentos, que é um importantíssimo ativo da empresa de TI), e não como um departamento encarregado na mera reposição ou contratação de empregados.


A visão de um especialista em RH focado em TI deve ser mais crítica e preventiva do que na média dos demais setores. Ele deve levar em conta, por exemplo, que o custo da reposição de um bom colaborador em tecnologia é, em geral, muito mais alto do que mantê-lo satisfeito na equipe.


Sendo assim, o RH do segmento deve oferecer aos gestores da empresa uma visão ampla em relação à sua atitude com a equipe de TI. É preciso que líderes e coordenadores sejam construtores do significado real do trabalho que desempenham e passem isto de forma clara para sua equipe. Afinal, desenvolver software e soluções significa construir conhecimento multidisciplinar, o que requer alto entrosamento e colaboração.


Da mesma forma, é preciso haver uma clara interlocução entre a equipe empresarial e seus clientes (considerando-se as multiplicidades de aptidões, personalidades e anseios de ambos os lados). Assim, é importante que a empresa entenda exatamente quais são as expectativas dos seus clientes (tanto em relação ao produto quanto em relação aos fornecedores) para que tais expectativas se convertam em ações claras e objetivas da equipe.
Para tanto, cada colaborador envolvido em um projeto necessita entender com clareza seu nível de importância para a organização e assimilar o significado real de seu trabalho, fazendo com que a utopia chamada “satisfação pessoal”, torne-se realidade no ambiente corporativo.


Estas premissas, que valem para todos os segmentos, são especialmente importantes quando lidamos com uma área como a de TI, onde a criatividade e o conhecimento pessoal atingem valores bem mais importantes que na média.


Além disso, pode-se afirmar que, quando as pessoas encontram significado naquilo que fazem, ficam mais propensas a permanecer em seus empregos e serem mais produtivos. Os clientes, por sua vez, tornam-se fiéis, e a organização é vista com bons olhos pelo mercado. Equilíbrio na equipe é sinal de empresa saudável e ética nos relacionamentos. Atualmente, este é um valor que começa a se destacar entre os mais requisitados nas organizações.


Basicamente, o pensamento de uma empresa que se preocupa com sua permanência no mercado – especialmente em nossa disputada área de TI - deve ir além da necessidade de crescimento e alta demanda de trabalho.

A formação de uma equipe sólida e de rendimento satisfatório inicia-se com o processo de recrutamento e seleção, mas fortifica-se com a prática de retenção de pessoas e, para que isto aconteça, elas devem sentir-se parte integrante e responsável pelo crescimento e conquistas do grupo no qual trabalham.


Maria Raquel Delgado de Oliveira, diretora de RH da MD2

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