A tarifa cobrada pelas operadoras de celular dos brasileiros que utilizam o aparelho fora do país, o chamado roaming internacional, ainda é uma das mais altas do mundo. Uma consulta às principais operadoras do país (Tim, Vivo, Claro e Oi) mostra que, em média, o preço cobrado por cada minuto em ligações dos Estados Unidos para o Brasil é de R$ 5,86. Nas chamadas originadas na Europa, o valor médio sobe para R$ 7,23. Pesquisa realizada no site da AT&T, uma das maiores empresas de telefonia dos EUA, aponta para um valor de R$ 3,60 (US$ 2,29) por minuto de uma ligação feita, ou recebida, a partir do Brasil. O valor pago pelos brasileiros no exterior é 62,78% maior que a tarifa cobrada dos americanos.
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No caso dos usuários da Inglaterra, a operadora Orange cobra R$ 4,63 por minuto em ligações originadas em qualquer estado brasileiro, o que torna a tarifa paga pelos brasileiros 56,15% mais cara. Todos os valores citados referem-se a tarifas avulsas que podem ser reduzidas na medida em que o consumidor optar por contratar pacotes de minutos oferecidos pelas empresas.
A preocupação com os preços pagos pelos brasileiros que precisam ativar seus celulares no exterior é antiga. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio de sua Superintendência de Serviços Privados (SPV), trabalha em um projeto desde 2009 para reduzir o peso desse serviço no bolso dos usuários brasileiros. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) fez um estudo, em 2009, mostrando que, um ano antes, a média de preço do minuto pago pelos brasileiros no exterior chegava a R$ 10. O trabalho, porém, ainda não foi atualizado.
Os exageros nos valores desse serviço também motivaram reclamações do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Na quarta-feira, ele disse que o governo quer abrir uma negociação entre a Anatel e as operadoras de telefonia para uma redução nos valores cobrados pelo uso de celulares por brasileiros no exterior. O ministro também mostrou preocupação com o custo do roaming internacional para os estrangeiros que devem visitar o Brasil durante a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Para o presidente da Teleco (consultoria especializada na área de telecomunicações), Eduardo Tude, a princípio o governo não tem como interferir nesses preços, uma vez que eles são fixados pelas operadoras em seus países de origem. Ele cita também a questão da dupla tributação que puxa os preços para cima.
Além do serviço funcionar como uma forma de as empresas aumentarem suas receitas em momentos de grande fluxo de viajantes, como os grandes eventos que estão previstos para o Brasil. Uma das saídas, segundo ele, é o Brasil fazer acordos de roaming por áreas de países, como no Mercosul, região cujos projetos de acordos não prosperam.
- Uma redução nos valores só poderia ser viabilizada por áreas de países. Uma ação envolvendo os governos e operadoras no Mercosul, por exemplo - disse ele.
Por enquanto, Tude sugere aos usuários utilizarem os pacotes promocionais das operadoras. Os usuários também podem alugar celulares que fucionam nos Estados Unidos ou nos países da comunidade europeia, de empresas que operam aqui no Brasil. Outra opção é comprar um chip da operadora no país de destino
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