Monday 5 September 2011

Abraçando a nuvem – mas só até certo ponto

Seguradoras expandem uso de ofertas baseadas em nuvem, mas evitam qualquer serviço que poderia colocar em risco a segurança e a privacidade de dados sigilosos

A computação em nuvem e os modelos de computação compartilhada – software como serviço (SaaS) e plataforma como serviço (PaaS) – apresentam novas oportunidades para seguradoras que querem oferecer mais eficiência e empresas começaram a se beneficiar de tais oportunidades. Mas, enquanto CIOs de seguradoras se preparam para uma variedade de ofertas de cloud, SaaS e PaaS, preocupações quanto à privacidade e segurança de dados sigilosos de clientes fazem com que essas empresas tenham mais cuidado na hora de adotá-los.


“As recentes divulgações sobre enormes brechas de dados de forma alguma amenizaram a ansiedade das seguradoras sobre a confidencialidade de dados de clientes”, observa Clark Troy, diretor de pesquisas da Aite Group (Boston).

“De qualquer forma, fornecedores de aplicativos SaaS continuam conquistando clientes – só não com o mesmo volume que vemos em outras indústrias.”


Devido à sensibilidade de dados de seguros, a adoção, relativamente lenta, de soluções baseadas em nuvem na indústria não deve mudar, sugere Rick Roy, CIO do CUNA Mutual Group, com base em Madison (EUA). “Estamos ouvindo muito sobre como seguradoras estão adotando soluções SaaS fora dos sistemas centrais”, avisa Roy.

A CUNA Mutual usa a Salesforce.com para automação de força de venda e a Learn.com para treinamento, e a empresa está convertendo a plataforma de recursos humanos, esse ano, de PeopleSoft, da Oracle, para Workday, adicionou.


Mas Roy reconhece as possíveis desvantagens relacionadas à segurança, desempenho e disponibilidade das ofertas de nuvem. “Segurança para informações privadas continua sendo uma grande preocupação para as seguradoras, já que é uma questão de negócio que gira em torno de um ponto de tecnologia”, elabora. “Quedas, como o recente incidente com os serviços web da Amazon, também renovam as preocupações da indústria sobre a disponibilidade e o desempenho da nuvem.”


Tais preocupações e a cultura “adversa ao risco” do mundo dos seguros tendem a limitar a adoção de tecnologias baseadas em cloud às funções de TI não-centrais, opina Steve Byrne, CTO da Harleysville Insurance. “Não vemos muita adoção de SaaS ou de infraestrutura de nuvem para sistemas centrais, como políticas de administração e indenização”, entende.


Ainda assim, a nuvem oferece oportunidade de eficiência para seguradoras, incluindo desenvolvimento e testes de software, destaca Byrne. “Comprar hardware para ambientes de testes é extremamente caro e eles não são usados por grande parte do tempo”, explica. “Virtualização e outras habilidades da nuvem permitem o provisionamento rápido dos recursos necessários – incluindo plataforma, banco de dados, sistemas operacionais e aplicativos – exigidos para o suporte de atividades de desenvolvimento e testes.”


Byrne diz ainda que “a beleza está na praticidade: você aperta um botão e está tudo ali e, assim que termina a atividade, tudo desaparece. Evapora.”


Outros possíveis usos para tecnologias de nuvem na indústria de seguros incluem funções como análises mensais, em que a capacidade de computação pode ser acessada por apenas 12 dias por ano, descartando a necessidade de infraestrutura ociosa durante os outros 353 dias, disse Byrne, acrescentando que vantagens parecidas prevaleceriam em casos de novas iniciativas de negócio.

“Com frequência, no passado, a TI tinha de adquirir e construir a infraestrutura para suportar novas iniciativas. Se a iniciativa não desse certo, sobrava aquela infraestrutura desnecessária”, comenta.
Entre as oportunidades relacionadas à nuvem, que a Harleysville está considera, estão continuidade de negócios e recuperação de desastre, adiciona Byrnes.

“Utilizando a nuvem, o modelo tradicional para recuperação de desastre é coisa do passado. Em vez de reservar espaço físico e hardware, que fica ocioso o ano todo e gera gastos adicionais, a nuvem permite que se pague apenas pelo o que se usa, quando se usa”, compara. “A economia aqui pode ser incrível.”


Possibilidades Centrais
Byrne reconhece uma oportunidade de rodar sistemas centrais em nuvem, mas disse que precisaria analisar os dados que deixam o ambiente físico da Harleysville. “Até termos experiência com a real aplicação da nuvem para aplicativos não-críticos, não me sinto à vontade usando-a para aplicativos críticos”, explica.


Com base em Pawtucket, Rhode Island, a Narragansett Bay Insurance Co. (NBIC), deve um pouco de seu conforto com a nuvem ao fato de que seu sistemas são baseados em web e, como resultado, independe de local, de acordo com o CIO Mike Anselmo. A NBIC roda três nuvens privadas/instalações SaaS para o portal criado in-house; o sistema de indenização BlueWave, em Honolulu; e o sistema para políticas, cobranças e gerenciamento de documentos Exigen, em São Francisco.


“Nada em nosso prédio é central”, relata Anselmo. “Todos os sistemas que geram renda estão em uma de nossas três nuvens, com redes, segurança, recuperação de desastre e falhas incorporados.”

(por Anthony O’Donnell para InformationWeek EUA)

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