Thursday 22 September 2011

A nuvem determina o fim da era do desktop, diz CEO da VMware

Em palestra, Paul Maritz afirma que a computação desktop foi pensada para a década de 1970 e não se adequa mais à força de trabalho atual.

O CEO da VMware, Paul Maritz, conclamou os consumidores a pensar além do computador desktop. É uma metáfora morta, ele insistiu, e que não se ajusta à força de trabalho atual.

“Os PCs não são mais o único bicho do zoológico. Cada vez mais os usuários carregam outro tipo de aparelho em suas mãos”, afirmou, na palestra de abertura da VMworld 2011, conferência que ocorre esta semana em Las Vegas (EUA).

Em cinco anos, menos de 20% dos computadores clientes usarão o Microsoft Windows, previu. O trabalho de fornecer aplicações e dados “não pode mais pertencer unicamente a um aparelho ou a um sistema operacional. Assim, temos de nos distanciar da ideia de desktop”, disse.

Embora o VMware tenha feito sua fama fornecendo software para servidores virtualizados, a empresa está rapidamente construindo uma arquitetura de software para que organizações possam rodar e usar nuvens privadas e híbridas, construídas ao redor de seu software vSphere para gerenciamento de recursos virtuais.

Rumo à nuvem
Em sua apresentação diante de muitos dos 19 mil registrados na conferência, Maritz disse que os clientes deveriam migrar da virtualização para uma infraestrutura completa de nuvem. Ele ressaltou que 50% da infraestrutura do mundo roda em virtualização. A nuvem, concluiu, é o próximo passo lógico.

Uma infraestrutura de nuvem será necessária, acrescentou, para acomodar as necessidades de uma força de trabalho mais dinâmica. Ela permitirá que administradores entreguem aplicações e informações às pessoas e não a aparelhos.

Algumas organizações parecem mover-se nesta direção. Maritz disse que há agora mais de 800 mil administradores vSphere, incluindo 68 mil certificados na tecnologia.

“Eu passei toda minha vida trabalhando em um PC”, admitiu Maritz, que tem 56 anos. "A metáfora do desktop surgiu nos anos 1970 e veio do laboratório de pesquisas Xerox Parc, que, à época – 1975 -, explorava ‘como automatizar a vida do trabalhador de colarinho branco’ ”, disse. "Os pesquisadores conceberam o computador como aproximações das ferramentas do trabalhador de escritório – móveis de arquivos, máquinas de escrever, arquivos, pastas, caixas de entrada e saída."

“Nós ganhamos um ótimo ambiente desktop”, disse. “O problema é que as pessoas com menos de 35 anos não sentam atrás de mesas, e eles não gastam todo seu tempo acariciando documentos. Eles estarão lidando com fluxos de informação que virão a eles em pacotes muito menores e com maior frequência. Estamos nos movendo rumo a uma nova era pós-documento e precisaremos de soluções diferentes.”

Nova fundação
Maritz explicou como os produtos da VMware podem fornecer uma fundação para este novo tipo de operação. O vFabric, da VMware, fornece um conjunto de ferramentas para que desenvolvedores construam aplicações que possam rodar nativamente na nuvem. O CloudFoundry fornece um serviço de plataforma (Platform-as-a-Service, ou Paas) que os clientes podem usar para rodar suas próprias aplicações em hardware externo.

Outro produto é o View VDI (Virtual Desktop Infrastructure), software que permite a usuários acessar seus dados e aplicações por meio de uma ampla variedade de clientes. E o recém-lançado VMware Horizon fornece um portal corporativo para que os usuários possam acessar facilmente novas aplicações.

A apresentação também exibiu vários clientes que adotaram nuvens privadas para suas operações. A Bolsa de Valores de Nova York mantém seu serviço de negociações Euronext em cerca de 2.300 máquinas virtuais em uma configuração de nuvem privada. A empresa utiliza vSphere, vShield, vCloud Director e outras tecnologias da VMware, afirmou o vice-presidente executivo e CIO Steve Rubinow.

Outro cliente da VMware é a Southwest Airlines. Nos últimos 18 meses, a Southwest virtualizou 40% das aplicações que utiliza para fornecer serviços online. Ela tem como objetivo virtualizar todas suas aplicações. A empresa usa vFabric, vSphere, vMotion, Hyperic e GemFire, entre outros softwares da VMware. “Nós rodamos uma parcela significativa de nossas aplicações e serviços na infraestrutura da VMware”, disse o vice-presidente e CTO da Southwest, Bob Young.

“Nosso movimento rumo à nuvem trouxe mudanças significativas na disponibilidade de nossas aplicações para nossos clientes internos e externos”, declarou Young.

Fonte: Joab Jackson para IDG News Service/Nova York via CIO Brasil

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