Na maioria dos países da América Latina e Caribe os órgãos reguladores estabelecem limites de espectro para as operadoras móveis. A 4G Américas, entidade que se propõe a fomentar a adoção de tecnologias de quarta geração de comunicação móvel, entende que está na hora de suspender esses limites. "Eles foram criados para serviços de voz, não de dados. Nos EUA isso foi eliminado, e assim fizeram outros países desenvolvidos. O importante é fiscalizar o espectro para ter certeza de que está sendo usado de maneira eficiente", afirmou o diretor para América Latina do 4G Américas, Erasmo Rojas, durante conferência na web para jornalistas nesta terça-feira, 19.
No Brasil, cada operadora pode ter até 85 MHz em uma mesma área de atuação, somando todas as suas licenças. Esse limite é mais alto que aquele praticado em outros países do continente, como Chile (60 MHz), México (80 MHz), Colômbia (55 MHz) e Argentina (50 MHz). Rojas discorda que o limite de espectro seja o melhor remédio contra a dominação do mercado por poucas operadoras móveis.
Falta iminente de espectro
Entre as razões para suspender o limite de espectro, a 4G Américas aponta a iminente falta de capacidade das redes celulares nos próximos anos para suportar o crescente tráfego de dados a partir de dispositivos móveis. Em 2020, serão trafegados 120 Exabytes (EB) pela infraestrutura celular no mundo, o que corresponde a um crescimento de 33 vezes frente ao tráfego de 2010. "As primeiras faltas graves de capacidade serão sentidas nesta década", alertou o diretor de estratégia de espectro da T-Mobile nos Estados Unidos, Bob Calaff, que também participou da conferência virtual.
Por isso, a 4G Américas demanda que a venda de novas faixas aconteçam com urgência no continente. Para LTE, estão previstos leilões em 2012 no Brasil, México, Argentina e Colômbia. O problema é que não existe por enquanto uma padronização de freqüências para 4G na América Latina. Alguns países, como Chile e Brasil, começarão por 2,6 GHz, enquanto outros, como Argentina e México, optaram pela faixa de 1,7 GHz/2,1 GHz. A banda de 700 MHz depende da devolução por parte das TVs analógicas e a situação varia de país para país.
No Brasil, a migração para TV digital tem prazo para ser concluída em 2016, mas ainda não foi definido o destino da faixa de 700 MHz após isso.
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