Apesar de o conceito ainda estar em desenvolvimento, o termo mais aceito para designar o jornalismo em que o ‘leitor’ participa de várias etapas da notícia é o chamado ‘Jornalismo Cidadão’. Para Mariana Grzesiuk o internauta já pode ser considerado um repórter que passa a produzir notícias.
Palácios endossa este argumento quando afirma que a internet não é um novo meio de comunicação, mas sim ‘um ambiente de comunicação e ação’. É o ambiente em que se dá a apropriação de instrumentos tecnológicos para o uso social, é neste âmbito que o Jornalismo Cidadão está inserido e onde o público pode interagir com a notícia.
Dentro do Jornalismo Online, a interatividade proporcionada pelos novos meios (blogs, plataformas de redes sociais, mídias sociais, etc.) é fundamental para se compreender como o Jornalismo cidadão funciona. Para Ramón Salaverría existem três tipos de interatividade nos ‘cibermeios’: transmissão, consulta e conversação. É importante salientar que esta última forma de interação é fundamental para se compreender o comportamento do público em relação aos veículo de comunicação.
Então todo mundo é jornalista?
O jornalista deixa de ter o controle no relato noticioso. Mas, para que isso aconteça de fato é necessário que o jornalismo abandonasse o modelo de comunicação unidirecional e se transformasse em um diálogo de acordo com as perspectivas do público, defende Pavlik. Então é anarquia! Não. Apesar da perda do controle o fim dos gatekeepers é uma falácia.
O fluxo de informações só cresce com a integração entre usuário e os processos de produção e divulgação da notícia. Isto é explicado por Domique Wolton quando ele fala da comunicação ‘todos-para-todos’ em que os gatekeepers assumem o papel de filtro, seja através de redes P2P (peer-to-peer) ou através de blogs e outras mídias sociais.
A mídia é mesmo social?
“As mídias sociais têm um potencial para grande engajamento e conexões com a comunidade, mas, somente se os jornalistas estiverem dispostos a ceder um pouco do controle editorial para a comunidade”
Alfred Hermida, professor da Universidade da Columbia Britânica
Partindo do ponto de vista de Hermida e seguindo a perspectiva que André Holanda defende em sua dissertação de mestrado, podemos acrescentar que no jornalismo de fonte aberta existe a possibilidade de abertura (em graus diferentes) para cada veículo. Os usuários poderiam assumir as tarefas de edição do conteúdo, moderação e até mesmo de manutenção dos sites.
Ou seja, em tese, o internauta pode ‘participar’ da notícia. O grau de participação do público no processo é definido veículo e sua linha editorial, na prática o poder de publicar e de editar, em geral, é restrito. Simplificando as coisas…
Colocar o Jornalismo Cidadão em prática é um desafio maior para o jornalista do que para o público (ou não?).
Veja também:
Estratégias de abertura: O jornalismo de fonte aberta dos casos Indymedia, CMI, Slashdot, Agoravox, Wikinotícias e Wikinews (Dissertação de Mestrado)
The Future of Social Media in Journalism (inglês)
Jornalismo em rede: onde profissionais e amadores se encontram
O impacto do Crowdsourcing no Jornalismo
Nota: sabemos que o uso dos blogs,das novas mídias de transmissão de fotos, vídeos cada vez mais rápido as informações chegam ao chamado e-cidadão.
Fonte : http://www.webdialogos.com/
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